Ex-ministro aponta que possível novo governo deve reconquistar a confiança

  • Por Jovem Pan
  • 21/04/2016 12h26
Brasil, São Paulo, SP. 16/05/2013. O ex-ministro Rubens Ricupero participa de debate sobre o livro "A desgovernança mundial da sustentabilidade", de autoria do professor titular da USP José Eli da Veiga, na sala Crisantempo, em Pinheiros, na capital paulista. - Crédito:NILTON FUKUDA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Código imagem:154256 NILTON FUKUDA / ESTADÃO CONTEÚDO Rubens Ricupero

 O embaixador e ex-ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, em entrevista à Jovem Pan, comparou o cenário dos processos de impeachment de Dilma Rousseff e Fernando Collor de Mello. Em 1992, o principal problema a ser enfrentado era a hiperinflação: “Aquilo deu a Itamar o fio de continuidade a todo o governo dele, era o problema prioritário e precisava de um plano para acabar com a hiperinflação. Desta vez, embora haja muitos problemas parecidos, o problema predominante não é a inflação nem o setor externo, que já está se ajustando. A própria inflação está começando a cair devido ao pior motivo possível que é a queda da demanda. Hoje o problema maior é a confiança e o problema das contas públicas”.

Ricupero afirma que, se houver o impeachment, o novo governo deverá elaborar um programa de ajuste anual e reduzir os juros: “Não pode ser um choque, mas que tem que se pensar muito na possibilidade de reduzir os juros, que são muito altos, com a inflação em queda não precisa mantê-los tão altos. (…) O governo atual, que está de saída, não teria credibilidade para fazer isso por causa do seu passado, mas um novo governo teria”. O ex-ministro também fala que é preciso de alinhamento entre o ministro da fazenda e o presidente do banco Central.

Sobre o julgamento do Senado, o embaixador acredita que do ponto de vista estratégico é melhor para Michel Temer, que não seja muito rápido: “Não convém ao Temer que esse processo no Senado seja acelerado demais porque ele precisa antes articular bem qual vai ser o ministério dele e quais as emendas que ele vai propor. Provavelmente vai ser necessária alguma coisa parecida com a CPMF e vai ser uma peça importante para recuperar a receita”. Ricupero acredita que não será possível fazer todos os ajustes em dois anos, mas que com uma política adequada será possível fomentar os investimentos no País. Ele também fala que é preferível um novo ministro da fazenda ligado à produção ao invés de alguém do mercado financeiro.

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