Existem 4 fiscais para 450 barragens em MG, segundo presidente de Comissão

  • Por Jovem Pan
  • 19/11/2015 12h45
Antonio Cruz/Agência Brasil Antonio Cruz/Agência Brasil Distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, foi atingido pelo rompimento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco, em 2015

 Desastre em Mariana revela quadro preocupante de deficiência na fiscalização das atividades de mineração no Brasil. Menos de duas semanas depois do rompimento da barragem do Fundão, o presidente do Departamento Nacional de Produção Mineral pediu demissão. Celso Luiz Garcia estava na chefia do DNPM, órgão responsável pelas inspeções, desde junho deste ano e alegou razões médicas para deixar o cargo.

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, não perdeu tempo e já anunciou um substituto. O geólogo Telton Élber Correa vai assumir o cargo de diretor geral interino no DNPM.

O presidente do Conselho de Meio Ambiente da OAB de Minas Gerais, Mário Werneck, alerta para os riscos da falta de fiscalização: “Não podemos continuar com esse modelo de barramento em Minas Gerais, e muito menos com quatro fiscais para auxílio direto de fiscalização de 450 barragens, sendo que destas, 45 nem sabemos como estão”.

Na terça-feira (17/11) a Samarco admitiu que existem riscos de rompimento nas barragens de Santarém e Germano, que ficam próximas à do Fundão.

O engenheiro geólogo e professor aposentado da UFMG, Edézio Teixeira de Carvalho, pede muita atenção no acompanhamento da crise: “Deve ser acompanhada toda a campanha de trabalhos de reforço e eventualmente de remoção de pessoas. Não devem botar as pessoas no mesmo local onde estavam residindo anteriormente”.

O rompimento da barragem do Fundão causou até agora onze mortes, sendo que sete corpos foram identificados. Doze pessoas continuam desaparecidas. A enxurrada de lama tem afetado também o estado vizinho, Espírito Santo, e pode chegar nos próximos dias ao Oceano Atlântico.

Na quarta-feira (18/11), pela primeira vez, moradores puderam retornar ao distrito de Bento Rodrigues, no município de Mariana. Na maior parte dos casos, as famílias apenas confirmaram que haviam perdido tudo na tragédia.

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