Falta de estratégia de Ministro no combate ao Aedes aegypti gera divergências

  • Por Jovem Pan
  • 27/01/2016 10h01
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Brasília - O ministro Marcelo Castro conversa com a imprensa sobre a nova vacina de combate ao vírus Zika, ao chegar ao Ministério da Saúde (Valter Campanato/Agência Brasil) Valter Campanato / Agência Brasil Marcelo Castro

 As recentes declarações de Marcelo Castro de que o Brasil estaria perdendo a batalha contra a dengue gera divergência entre especialistas e eleva a pressão política no ministério. O ministro da Saúde argumentou que o mosquito Aedes aegypti está há 30 anos no país e até agora não foi combatido com eficácia. No entanto, a Organização Mundial da Saúde contestou a posição e considerou a declaração como “fatalista”.

O presidente da Associação Paulista de Medicina, Florisval Meinão, acredita que a fala pode estar correta, mas gera um impacto negativo no país: “É ruim para o governo em si e nós esperamos que ele tenha uma estratégia eficiente dada a gravidade da situação, e é ruim para a população, que olha para a autoridade máxima em saúde e vê uma declaração que praticamente não dá esperança de que o ministério esteja envolvido em ações eficientes”.

Mas, segundo outros especialistas, a fala de Marcelo Castro foi vista como positiva para descrever a real situação da doença no Brasil. O professor de virologia da Universidade Federal da Bahia, Gúbio Soares, diz a Victor La Regina que a declaração do ministro não foi exagerada: “Ele não foi exagerado porque o Brasil está perdendo feio realmente. Nos municípios, os prefeitos tem abandonado a política de controle do mosquito. Ele está certo em dizer isso porque chama atenção não só dos políticos, do governo central, mas também da população. A população também não ajuda e continua tendo em seus domicílios os criadouros”.

No campo político, a declaração trouxe uma forte insatisfação do Palácio do Planalto com o trabalho do ministro da saúde. Há a percepção de que Marcelo Castro, indicado pelo PMDB da Paraíba, não está conseguindo reagir à epidemia de dengue e ao avanço do vírus zika.

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