Falta de procedimentos de limpeza causou infecções pós-cirúrgicas em São Bernardo
A Prefeitura de São Bernardo afirma que terceirizada não realizou procedimentos básicos de limpeza em operações de catarata que afetaram pacientes. A administração divulgou o resultado da sindicância que apurou os fatos que levaram 22 pessoas a contraírem infecção em pelo menos um dos olhos.
Exames realizados pelo Hospital São Paulo detectaram que as complicações foram causadas pela bactéria Pseudomonas aeruginosa multisensível. A Prefeitura diz que a empresa terceirizada Instituto de Oftalmologia da Baixada Santista não esterilizou instrumentos auxiliares utilizados nas cirurgias, que seriam o foco original da contaminação. A ausência de técnicas assépticas da equipe durante o processo cirúrgico alastrou o microrganismo.
A sindicância diz que não foi apresentada a comprovação de que os instrumentais de propriedade do Instituto tenham sido esterilizados. O material tampouco teria sido esterilizado entre a passagem de um paciente e outro. A prefeitura afirma que não foram observados procedimentos como lavagem de mãos, troca de avental e houve o compartilhamento de material perfurocortante. A administração municipal diz que não há fatores relacionados ao ambiente do hospital que possam ter causado a infecção.
Um dos pacientes que pegou a infecção morreu após ser submetido a tratamento e ter um quadro de acidente vascular encefálico. Outro teve o globo ocular retirado, 10 tiveram parte do conteúdo ocular retirado e 11 passaram por um procedimento de remoção do fluído que preenche o interior do olho.
O Instituto de Oftalmologia da Baixada Santista diz que não obteve ainda os resultados da sindicância e que ficou sabendo dos fatos pela imprensa. A empresa diz que está avaliando o quadro e pretende se manifestar em breve.
Reportagem: Tiago Muniz
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