Familiares do menino que morreu em troca de tiros contestam versão policial
Amigos e familiares do menino de 10 anos que morreu em uma troca de tiros com a Polícia Militar no Morumbi contestam a versão policial. O enterro do jovem Ítalo, suspeito de ter furtado um carro e atirado em policiais durante a perseguição, ocorreu no último sábado (04) na Zona Sul de São Paulo. Vizinhos e parentes do garoto sustentam que, se ele tivesse um revólver, teria rendido a mulher que teve o veículo roubado de dentro de um condomínio.
A amiga da família, Cristiane Mariana da Silva, afirma que não se conforma com a versão oficial do crime: “Não acredito não, porque o Ítalo não tinha nenhuma arma. Não tem explicação para uma situação dessa. Eu vejo que isso aconteceu, mas não tem como ele andar armado, um menino de 10 anos, dirigir e armado ao mesmo tempo, é impossível”.
O amigo de 11 anos, que estava no carro, mudou a versão sobre o crime afirmando que a troca de tiros ocorreu quando o veículo estava em movimento. Em entrevista a Victor LaRegina, o presidente da OAB seção São Paulo, Marcos da Costa, contesta a capacidade do garoto para prestar depoimento: “A capacidade de uma criança de 11 anos de idade, que acabou de passar por mais um trauma na vida, de ver um amigo de 10 anos de idade receber um tiro na cabeça, a capacidade dele de servir como testemunha é relativa. Eu insisto, é uma criança, uma criança que mora na rua, que já praticou delitos, mas não deixa de ser uma criança com 11 anos de idade”.
Marcos da Costa acredita que o crime já teria sido esclarecido se as viaturas policiais tivessem câmeras acopladas. A corregedoria da PM abriu um inquérito para apurar a conduta dos policiais envolvidos, que ficarão afastados até o fim da investigação.
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