Familiares relatam que ônibus da Mogi-Bertioga tinham problemas com frequência

  • Por Jovem Pan
  • 23/06/2016 08h17
São Sebastião (SP) - Vítimas do acidente de ônibus na estrada Mogi-Bertioga são enterradas no cemitério municipal em Barra do Una (Rovena Rosa/Agência Brasil) Rovena Rosa/Agência Brasil Vítimas do acidente de ônibus na estrada Mogi-Bertioga são enterradas no cemitério municipal em Barra do Una - AGBR

 Os familiares de 11 pessoas que morreram em acidente na Mogi-Bertioga vão acionar a Justiça contra a Prefeitura de São Sebastião e a empresa de ônibus. O advogado dos parentes vai ingressar com ações cíveis contra o município e a viação União do Litoral e também criminalmente contra a empresa. Os pedidos de indenização vão ser individualizados e podem ultrapassar R$ 500 mil.

O advogado José Beraldo afirma ter informações de que o acidente ocorreu por falta de freio e que a empresa pode ser responsabilizada criminalmente: “O que levou ao acidente foi a falta de freio. Vamos exigir a apuração para que o proprietário da empresa de ônibus seja responsabilizado criminalmente porque aquele ônibus estava sucateado”.

Os ônibus da União do Litoral são contratados pela prefeitura de São Sebastião para transportar estudantes todos os dias até Mogi das Cruzes.

Jario Viana de Oliveira, pai do aluno de design gráfico Guilherme Mendonça de Oliveira, afirma que os coletivos quebravam com frequência: “Muitas vezes eu trouxe ele porque o ônibus quebrava no caminho. Outros pais também traziam e alunos pegavam o carro dos pais, juntavam quatro ou cinco alunos, e iam de carro porque o ônibus quebrava direto. Na semana do ocorrido, o ônibus quebrou e ele não foi à faculdade”.

Os familiares afirmam ainda que nem a prefeitura de São Sebastião ou a União do Litoral os procuraram para saber do que estão precisando. O município diz que aguardou a passagem de luto e da missa de sétimo dia para iniciar o atendimento a famílias de pessoas que morreram.

Além de visitas, a prefeitura afirma ter implantado um posto de atendimento às vítimas no bairro de Boiçucanga com orientação jurídica, psicológica e social. A União do Litoral afirma que está fazendo suporte técnico e jurídico para os trâmites do seguro DPVAT e de processos de indenizações junto à seguradora.

A empresa afirma que não há nenhuma confirmação oficial de que houve problemas nos freios do ônibus e que o veículo passou por todas as vistorias.

O tombamento do ônibus no km 84 da rodovia Mogi-Bertioga, ocorrido no dia 8 de junho deixou 18 pessoas mortas e 28 feridas. O distrito policial de Bertioga investiga o caso e ainda não divulgou nenhum resultado das apurações.

Reportagem: Tiago Muniz

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