Filha do ex-ditador Alberto Fujimori é líder nas eleições presidenciais do Peru
Com dois candidatos conservadores na disputa, a eleição presidencial no Peru apresenta visões opostas sobre o passado recente do país. A líder nas pesquisas, Keiko Fujimori, é filha do ex-ditador Alberto Fujimori, atualmente preso por violações aos direitos humanos e corrupção.
Mesmo tendo patrocinado uma intensa repressão aos seus opositores, Alberto ainda é popular entre os mais pobres pelo legado de combate à violência e fim da corrupção. Ainda assim, a candidatura da filha do ex-ditador tem sido alvo de grandes protestos desde o começo do ano na capital Lima.
Keiko afirma que respeita as manifestações, mas lamentou que as pessoas que participaram não apoiam o seu adversário, Pedro Pablo Kuczynski.
Kuczynski, ou PPK, como gosta de ser chamado, é um economista liberal, que estudou em universidades dos Estados Unidos e da Inglaterra. Foi ministro de Finanças em vários governos e perdeu a última eleição presidencial para o candidato de esquerda, Ollanta Humala.
Ele faz duras críticas ao legado de Fujimori pai, como a ligação com o narcotráfico e ameaça: os países que deram força aos cartéis foram parar naquele lugar. PPK intensificou os ataques na última semana, afirmando que “filha de batedor de carteiras também é batedora de carteiras”.
A segurança pública e o combate à corrupção são os grandes temas em discussão na eleição peruana, que acontece no próximo domingo. A economia é um tema secundário, afinal os dois candidatos têm visões semelhantes e não há crise no país.
Enquanto Brasil, Argentina e Venezuela amargam recessões, o Peru segue imune à desaceleração mundial, apostando no livre-mercado. Para driblar o fim do ciclo das commodities, o país tem registrado um forte crescimento no turismo, considerado prioridade nas duas campanhas eleitorais.
Reportagem: Victor LaRegina
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