Fim das multas e bônus na conta de água gera debate entre especialistas
A possibilidade do fim das multas e do bônus promovidos pela Sabesp durante a crise hídrica gerou questionamentos entre os especialistas. A companhia protocolou na Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo, a Arsesp, o pedido para acabar com as medidas.
No entanto, o professor Antônio Carlos Zuffo, da Universidade Estadual de Campinas, avalia que a decisão é precipitada e afirma que a estiagem não pode ser tratada como um fator superado, já que é previsto o retorno da escassez após o término do El Niño: “Se realmente acontecer o La Niña e vierem as chuvas abaixo da média, nós vamos ter uma situação bem precária em relação a reserva no ano que vem, e nós teremos todo o outono e inverno do ano que vem com um volume talvez menor do que nós temos hoje, em torno de 35%, no Cantareira”.
O secretário de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo, Benedito Braga, não confirma o corte das multas e do bônus para o mês de maio. No entanto, em entrevista à repórter Hellen Braun, defende que o objetivo das medidas econômicas já foi cumprido: “Esse sistema foi fundamental para dar o sinal econômico para a população de que a água é um recurso vital, de grande importância para todas as atividades humanas, e eu acho que esse objetivo já foi atingido”.
O bônus e a multa foram algumas das medidas adotadas pelo governo a partir de 2014 para o combate à crise hídrica no Estado. O Sistema Cantareira, responsável por abastecer 5,7 milhões de consumidores, operou no volume morto por 18 meses e saiu do “vermelho” em dezembro.
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