Frio começa a ceder, mas voltará no inverno; médicos alertam sobre gripe

  • Por Jovem Pan
  • 14/06/2016 09h05
Rafael Neddermeyer / Fotos Públicas Frio em SP

 Após registrar a temperatura mais baixa dos últimos 22 anos, os termômetros começam a subir a partir desta terça-feira (14) na cidade de São Paulo. Na madrugada desta segunda, a média na capital foi de 3,5°C, o que não ocorria em um mês de junho desde 1994, segundo o Inmet.

No entanto, a massa de ar frio de origem polar começa a perder força e a expectativa é de temperaturas menos geladas a partir do meio da semana. De acordo com o CGE, a mínima registrada na cidade foi de – 0,6ºC na região da Capela do Socorro, no extremo sul. A marca foi a menor dos últimos 12 anos e fez com que alguns veículos amanhecessem com uma fina camada de gelo.

 O meteorologista do Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura, Thomaz Garcia, explica a Anderson Costa que o pior já passou: “A tendência é que esse ar frio comece e a perder forçar nos próximos dias e tenhamos já uma recuperação tanto das temperaturas mínimas durante a madrugada quanto das temperaturas máximas”. Garcia explica que a onda de frio que está indo embora é apenas uma introdução sobre como será o inverno deste ano.

Já o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia, Marcelo Schneider, diz que o fenômeno La Niña deve contribuir com temperaturas mais baixas ainda este ano: “A tendência é que o inverno, se não for todo frio, o que não é comum aqui em São Paulo, ter temperatura baixa durante todo o inverno, deve ser mais frio que os anteriores. Não está afastado que tenhamos temperaturas iguais ou mais baixas que as desta segunda-feira. É bom se preparar porque vamos ter sim novas ondas de frio durante o inverno”.

Apesar do frio rigoroso dos últimos dias, o inverno começa somente em 21 de junho. Segundo a Pastoral do Povo de Rua, pelo menos cinco pessoas morreram na capital paulista em virtude das temperaturas baixas.

Atenção com a gripe

 Com o frio, o organismo fica mais propenso a gripes e resfriados. O clínico-geral Arnaldo Lichtenstein, do Hospital das Clínicas e Albert Einstein, diz que a atenção deve ser redobrada, para o caso da gripe não evoluir: “A gripe todos os anos mata muita gente, pincipalmente idosos e pessoas que já tem uma doença de base, problema do coração, pressão alta, tudo isso descompensa com a gripe”.

O médico diz que muitos hospitais colocam os pacientes em alas especiais, uma medida que pode ser perigosa: “Tem até o nome de “gripário”, mas muitas vezes você não sabe se é uma gripe, resfriado, alergia, se é sinusite, aí você fica na sala de espera com pessoas mais doentes que você”. Lichtenstein reforça que as pessoas devem procurar o pronto-socorro apenas em casos de febre e falta de ar, caso contrário, é melhor procurar consulta com o médico em um consultório.

Arthur Rollo, advogado especialista em Direito do Consumidor, destaca que os pacientes que procuram atendimento em planos de saúde têm mostrado descontentamento: “A gente vê prontos-socorros lotados, principalmente os infantis, lotados com duas, três horas de espera, o que é incompatível com o usuário do plano de saúde que paga caro para receber um atendimento de qualidade”.

Do mesmo modo, o advogado fala sobre uma prática errônea cometida pelos médicos, que indicam determinado medicamento por causa de acordos com laboratórios, o que pode encarecer a compra na farmácia: “O que importa para o paciente é se o medicamento faz efeito ou não. Os genéricos, até onde minha vista alcança, têm substituído a contento os medicamentos de marca, mas tem vezes que o médico opta e exige que o paciente compre um medicamento de marca, em virtude da parceria que ele tem, e não em virtude do interesse do paciente. Infelizmente isso acontece ainda”.

Caso o consumidor se sinta lesado no atendimento médico, pode reclamar ao Conselho Regional de Medicina, e, em casos de planos de saúde, a denúncia pode ser encaminhada à Agência Nacional de Saúde Suplementar.

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