Governo e oposição tentam evitar convocações de alvos da Carf

André Gerdau

 O governo e a oposição agem juntos para evitar a convocação de André Gerdau e Luís Cláudio Lula da Silva na CPI do Carf. A comissão, instalada no início de março com o intuito de investigar as irregularidades no órgão do ministério da Fazenda, continua em ritmo lento. Os parlamentares decidiram nesta quinta-feira (31/03) que faltam documentos para convocar o empresário investigado na Operação Zelotes.

O deputado Altinêu Côrtes (PMDB-RJ), foi na contramão dos colegas e criticou a blindagem a André Gerdau: “Se essa CPI não aprovar que, a vinda do senhor André Gerdau, do senhor Jorge Gerdau, que foram alvo de uma fase exclusiva da Operação Zelotes, então não tem que aprovar mais empresário nenhum”.

Em outro requerimento, a CPI se dividiu e os governistas não conseguiram evitar o pedido de convocação de Guido Mantega. O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), defendeu que o depoimento do ex-ministro da Fazenda é essencial para as investigações: “Nós estamos em um momento em que precisamos trazer luzes para a comissão e o senhor Guido Mantega, no exercício da sua função de ministro, foi o principal responsável pela composição do Carf”.

A Operação Zelotes apontou indícios de pagamento de propina em julgamentos do Conselho de Administração de Recursos Fiscais. Empresas entraram no esquema para evitar multas pesadas, gerando um prejuízo milionário aos cofres públicos.

Segundo a Polícia Federal, o Grupo Gerdau cometeu, junto ao Carf, crimes como tráfico de influência, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Outra empresa investigada é a LFT Marketing Esportivo, do filho de Lula, que teria recebido R$ 1,5 milhão do escritório Marcondes & Mautoni.