Governo faz “tentativa inócua” para retomar crescimento, diz ex-diretor do BC

  • Por Jovem Pan
  • 30/01/2016 13h54
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Rebaixamento de nota vai afetar diretamente o dia a dia do brasileiro

Fotos Públicas Economia

A taxa de desocupação no país fechou o mês de dezembro em 6,9%, a maior já registrada para um mês de dezembro desde 2007; o déficit de R$ 111,249 bilhões nas contas públicas, e a ata do Copom que gerou a perspectiva de que não ocorrerão aumento de juros, dão a sensação de que a crise continua.

Tais fatores confirmam que a recessão econômica continua. “Ela cobra um preço cada vez mais alto da massa de salários, e isso gera retransmissão das condições negativas no futuro e uma tentativa inócua do Governo de estimular a economia através da retomada do crédito. Porque retomando, não é um problema de oferta, é um problema de demanda”, explicou o ex-diretor do Banco Central, Luis Eduardo Assis.

Em seu pronunciamento na cerimônia de reinstalação do Conselhão, nesta quinta-feira, 28, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, defendeu a expansão do crédito adotando sete medidas. Pelos seus cálculos, elas têm potencial de elevar a oferta de crédito em R$ 83 bilhões.

Barbosa também sugeriu a aplicação de recursos do FGTS em CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários), liberando a capacidade de financiamento para novas operações, com objetivo de aumentar o crédito habitacional também no valor de R$ 10 bilhões.

Assis destacou que as pessoas não querem se endividar com a situação em que se encontram, de desemprego e salários cada vez menores. “O Governo cria condições de uma pequena redução na taxa de juros, mas isso não afeta a disposição das pessoas de buscar um novo endividamento. Não vai ser por aí que a economia vai retomar. Se há algum ponto positivo é que o Governo se mexeu e tenta fazer alguma sinalização de que ele também pensa no crescimento e de que recessão não será perseguida a qualquer custo”, disse.

Quanto ao estímulo via crédito, o Governo garante que o dinheiro não passará pelo Tesouro, mas há a cobrança da sociedade por mais “oxigênio” na economia.

Segundo o ex-diretor do BC, A sinalização do Governo não vai ter grandes efeitos na prática. “O Governo não tem capacidade de liderança para propor um projeto minimamente coerente e fica uma vítima fácil dos interesses setoriais e acaba tomando medidas que de um lado estimulam a recessão e de outro tentam compensar a recessão, porque essas medidas do ponto de vista econômico são contraditórias”, finalizou.

*Com informações de Agência Estado

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