Gravações revelam novos indícios de que Lula é proprietário do sítio em Atibaia

EFE - Fotos Lula Luiz Inácio Lula da Silva ex-presidente

 As escutas liberadas pela Justiça Federal do Paraná trazem indícios de que o ex-presidente Lula seria o real proprietário do sítio em Atibaia. Na quinta-feira (17/03), o sigilo de mais 34 gravações relacionadas à Operação Lava Jato foi retirado e elas ficaram disponíveis.

Entre os arquivos está uma gravação em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversa com um funcionário do sítio Santa Bárbara. Lula avisa que vai cedo para o local e que precisa da chave: “A chave do sítio está com o Marcos né? Você precisa entrar em contato com ele porque não sei que horas ele vai chegar. Vai chegar tarde para c***. A gente vai pegar a chave amanhã de manhã porque a gente vai paro o sítio cedo”.

Para a Polícia Federal, isso sugere que o sítio seja de fato da família de Lula, pois a chave do mesmo não fica com Fernando Bittar e Jonas Suassuna, mas com Lula e seus filhos. Em outra escuta, Marisa Letícia, esposa de Lula, conversa com uma das noras e relata que o casal está no sítio do interior de São Paulo: “Eu e o Lula vamos ficar sozinhos no sítio”.

A PF suspeita que Lula seja o real proprietário do sítio, o que sugere crime de ocultação de patrimônio e ainda há a suspeita de que empreiteiras envolvidas na Lava-Jato teriam praticado melhorias nas instalações. O Instituto Lula nega as acusações e diz que as reformas que foram feitas no sítio foram realizadas pelos proprietários para adequar as instalações a essas necessidades. Amigos e parentes do ex-presidente acompanharam parte da reforma e auxiliaram no que era possível.

A partir de janeiro de 2011, quando o ex-presidente e seus familiares passaram a frequentar o sítio em dias de descanso juntamente com os proprietários, também houve o auxílio para a manutenção do local. Esses fatos justificam todos os documentos que foram apreendidos durante a busca e apreensão realizada na residência de Lula e no próprio sítio em Atibaia.

Não se sabe qual o critério usado pela Polícia Federal para afirmar que não há pertences dos proprietários no sítio. De qualquer forma, essa afirmação não muda em nada a propriedade do local, que é atribuída a Fernando Bittar e Jonas Suassuna por título dotado de fé pública.

Reportagem: Tiago Muniz