Haddad e Padilha ajudam a planejar futuro de Lula

  • Por Jovem Pan
  • 18/05/2015 10h12
SÃO PAULO, SP, BRASIL, 24-10-2014: O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante caminhada em apoio a candidatura da presidente a reeleição pelo PT (Partido dos Trabalhadores) Dilma Rousseff, em São Paulo (SP). (Foto: Marcelo S. Camargo/Frame/Folhapress) Folhapress Ex-presidente Lula

Reinaldo, quer dizer que um grupo debate toda semana o futuro do Lula?

Oh, não! Não pensem que Lula gasta todas as horas do seu dia apenas tentando sabotar o governo Dilma e inviabilizar o futuro do país. Ele também dedica algum tempo a seu próprio destino em 2018, o que não deixa de ser uma ameaça ao futuro… do país. Na Folha desta segunda, Catia Seabra e Gustavo Uribe informam que um time se reúne semanalmente no instituto que leva o nome do ex-presidente para prospectar o amanhã. O nome da turma? Não! Não é Armata Brancaleone, mas “Grupo do Futuro”.

Integram este Íbis da política, além dos conselheiros do instituto, os prefeitos de São Paulo, Fernando Haddad, e de São Bernardo, Luiz Marinho; os secretários municipais da capital Alexandre Padilha (Relações Governamentais) e Arthur Henrique (Trabalho); o ex-ministro Antonio Palocci; o presidente do sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, e Josué Gomes, presidente da Coteminas e filho de José Alencar, que foi vice de Lula.

Isso é grupo do futuro? Dou o maior apoio, né? Haddad amarga a mais baixa popularidade de um prefeito desde Celso Pitta. Alexandre Padilha não consegue nem almoçar num restaurante. Antonio Palocci é um dos investigados da Operação Lava Jato. Rafael Marques é um dos que estão na linha de frente do combate ao pacote fiscal; Luiz Marinho comandou em São Paulo a fragorosa derrota de Dilma, e Josué foi esmagado na disputa pelo Senado em Minas. Consta que, de vez em quando, o grupo é ampliado com Rui Falcão, presidente do PT, e Wagner de Freitas, presidente da CUT, mais dois notórios criadores de dificuldades para Dilma.

O elenco indica, como tenho insisto aqui e em toda parte, que Lula é hoje o mais notório zumbi da política. Está morto, mas ainda se mexe; já não está mais neste mundo, mas ainda assombra os vivos e lhes causa dificuldades. Segundo informa o jornal, um dos interlocutores do Babalorixá de Banânia diz que, pela primeira vez, ele está sem brilho no olhar.

Lá na Grécia antiga, o nome desse brilho era “entusiasmo”, que queria dizer estar com o brilho de um deus nos olhos, estar possuído por um bem divino, daí a excitação do entusiasmado, a alegria, a energia vital. Mas pensemos bem: por que Lulasestaria com Deus nos olhos, não é? Quando muito, suas ações recentes, indicam antes a presença do espírito de porco.

Chega a ser escandaloso que, de modo tão desassombrado, ele mobilize parte do establishment petista para pensar no seu próprio futuro quando o governo que ele ajudou a eleger amarga um momento de extrema dificuldade. Que se note: a derrota recente do Planalto na votação do fator previdenciário é função direta do zumbi buliçoso, que dispensou o bom lugar que lhe reserva a história — injusto, a meu ver — para disputar uma vaga no reino dos mortos.

Mas não podemos reclamar, não é? Convenham: temos mais é de nos dar por satisfeitos por termos Lula aconselhando Haddad e Padilha, e Padilha e Haddad aconselhando Lula. Toda essa gente se merece.

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