Haitianos têm real dimensão dos estragos causados por furacão pelo rádio
Após a segunda catástrofe natural em seis anos – quando um terremoto devastou o país – os haitianos têm a real dimensão dos estragos causados pelo furacão Matthew pelo rádio.
As rádios do sul do Haiti estavam fora do ar quase uma semana depois da passagem do furacão pelo Caribe, mas a programação nas emissoras de Porto Príncipe, que escapou do Matthew e seus ventos de 200km/h, tem destacado a prestação de serviço – principalmente humanitário.
Os microfones ainda servem como amplificadores da revolta da população após mais uma tragédia que deixa parte da população incomunicável.
Na WHSR 980, os apresentadores repetiam a exaustão os telefones de serviços de ajuda humanitária. O locutor lamenta a catástrofe que adiou, inclusive, as eleições marcadas para este domingo (09).
Pouco depois, um médico dava orientações sanitárias para ouvintes.
O saldo da passagem do Matthew já contabiliza mais de 900 mortos. Muitos por cólera que se espalha por água contaminada e tem curto período de incubação. Leva a rápidos surtos.
Mais de 60 mil pessoas estão desabrigadas.
Em outra estação, a discussão neste domingo ainda girava em torno da omissão do governo. Segundo a âncora, as autoridades haitianas pouco fizeram mesmo sabendo da chegada do furacão. Um alerta pelo de WhatsApp ajudaria, disse ela.
A ajuda começou a chegar neste fim de semana às áreas mais afastadas.
Não há energia elétrica, as estradas foram bloqueadas e muitas cidades seguem inundadas.
Neste domingo, do Vaticano, o Papa Francisco clamou por solidariedade mundial ao povo haitiano. O Haiti, de maioria católica, também encontra no rádio um consolo.
O furacão Matthew perdeu força e foi rebaixado a ciclone pós-tropical ao chegar a Virginia e a Carolina do Norte neste domingo. Ao menos 17 pessoas morreram nos Estados Unidos.
*Informações da repórter Carolina Ercolin
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