Hemocentro cria teste de precisão para identificar zika em bolsas de sangue

  • Por Jovem Pan
  • 12/02/2016 12h59
SESA Bolsa de Sangue

 A Fundação Pró-sangue deu entrada no processo que pode autorizar o uso de uma nova técnica de identificação do zika em bolsas de sangue. O objetivo inicial é checar o sangue destinado às mulheres grávidas e também para cirurgias intrauterinas em fetos antes das transfusões, justamente pela associação do vírus com a microcefalia.

Segundo o chefe do Departamento de Biologia Molecular do Hemocentro de São Paulo, o maior da América Latina, o aval do Comitê de Ética do Conselho Nacional de Saúde deve sair até o fim do mês. O método foi desenvolvido pela equipe do doutor José Eduardo Levi a partir de protocolos desenvolvidos no Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos, que avaliou a técnica como inovadora e extremamente criteriosa: “Para nós do banco de sangue sempre o mais importante, e a gente difere um pouco dos testes para pacientes com sintomas, é que nós buscamos o teste de maior sensibilidade possível, ou seja, eu quero detectar o vírus na menor quantidade possível que possa estar presente no sangue do doador”.

O pesquisador não vê impedimentos para que o novo teste, desenvolvido com recursos públicos, seja replicado em outros hemocentros dentro e fora do país: “Entendemos que estamos fazendo uma medida preventiva importante para a saúde dessa parcela da população, nossa parte nessa grande dilema que é o zika no Brasil. Se outros hemocentros quiserem adotar, a gente pode transferir a tecnologia, que foi desenvolvida com dinheiro público. Não tem problema nenhum a gente repassar e conversar com os colegas, mas essa decisão de estender para outros hemocentros não é nossa”.

A previsão é que das cerca de 12 mil bolsas do hemocentro, cerca de 20 serão testadas. Desde o início da epidemia de zika no Brasil, em 2015, pelo menos dois casos de transmissão por meio de transfusão foram confirmados.

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