Hemocentro de SP desenvolve teste inovador para identificar zika no sangue

  • Por Jovem Pan
  • 01/03/2016 08h39
SESA Bolsa de Sangue

 O maior banco de sangue da América Latina começou a realizar um teste inédito de vírus zika antes de transfusões. O procedimento inovador em termos mundiais foi desenvolvido pelos pesquisadores do Hemocentro de São Paulo a partir de protocolos do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos.

A técnica, já cobiçada por outros institutos do Brasil, é extremamente sensível para detectar partículas muito pequenas do vírus nas bolsas de sangue usadas em transfusões destinadas às grávidas e intrauterinas, diretamente em fetos.

O chefe do Departamento de Biologia Molecular da Fundação Pró-sangue, José Eduardo Levi, falou em primeira mão à Jovem Pan e comemora a conquista surpreendentemente rápida para os parâmetros científicos brasileiros: “Houve muita sensibilidade do comitê de ética da faculdade de medicina da USP. A gente tramitou em tempo absolutamente recorde. Em uma semana da submissão, tivemos o projeto aprovado. A média é de dois meses e outros projetos demoraram bem mais do que isso”.

O alerta de emergência planetária da OMS pela associação do zika aos casos de microcefalia também ajudou a agilizar o processo, que só aguardava o aval do comitê de ética, última fase antes do teste ser colocado em prática no hemocentro.

A técnica, desenvolvida com recursos públicos, deve ser replicada em outros hemocentros do país, admite Levy: “Qualquer outro hemocentro que nos procurar, nós vamos ensinar como se faz e transferir o método se eles tiverem a capacidade de fazer, ou então vamos fazer um acordo para que eles mandem as amostras para a gente testar. Dois hemocentros já nos procuraram para fazer esse tipo de acordo e já estamos fazendo de um outro hemocentro aqui do estado de São Paulo, que já vai adotar o mesmo protocolo em breve”.

Desde o início da epidemia de zika no Brasil, em 2015, pelo menos dois casos de transmissão por meio de transfusão de sangue foram confirmados.

Reportagem: Carolina Ercolin

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.