Idosa pode ter sido primeira vítima fatal da fumaça tóxica no Guarujá
Uma idosa de 68 anos pode ter sido a primeira vítima da fumaça tóxica que encobriu o Guarujá na semana passada após o incêndio em contêineres do terminal portuário. Leia Magalhães de Maria morava no distrito de Vicente de Carvalho, próximo ao local do incidente e faleceu na última segunda-feira (18/01).
O laudo do IML apontou como causas da morte insuficiência respiratória aguda, pneumonite tóxica e inalação de fuligem e gases tóxicos. A idosa não estava em casa no início do incêndio nos galpões da Localfrio e quando retornou à residência, o imóvel já estava tomado pela fumaça.
Após sentir os primeiros sintomas de intoxicação, ela foi levada por um dos filhos a um hospital no Guarujá, sendo atendida e liberada na manhã seguinte. Ela chegou a ir para Jundiaí, onde mora o outro filho, mas voltou a apresentar quadro de vômito e precisou retornar ao hospital. Segundo familiares, Leia tinha um quadro de hérnia de hiato que pode ter sido potencializado com a fumaça.
Chefe do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas, Anthony Wong, diz que a nuvem tóxica pode sim ter colaborado para a morte da idosa: “Provavelmente essa inflamação que ela teve talvez tenha provocado uma lesão. Ela estava sobrevivendo no limite e ocorreu alguma situação que agravou e ela veio a falecer. Esse tipo de complicação tardia não é rara em acidentes ambientais desse tipo”.
Em nota, a Prefeitura de Guarujá informou que se solidariza com a família de Leia e que a idosa não passou por nenhuma das UPAs referenciadas para o atendimento da ocorrência. A empresa Localfrio informou que está apurando os fatos para se posicionar sobre o caso.
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