Impactos de atentado terrorista sobre o Reino Unido não serão pequenos

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan em Londres
  • 05/06/2017 12h07
WOL001. London (United Kingdom), 04/06/2017.- British Prime Minister Theresa May delivers a statement on the previous night's terrorist incident, at Downing Street, in London, Britain, 04 June 2017. At least seven members of the public were killed and dozens injured after three attackers on late 03 June plowed a van into pedestrians and later randomly stabbed people on London Bridge and nearby Borough Market. The three attackers wearing fake suicide vests were shot dead by police who is treating the attack as a 'terrorist incident.' (Londres, Atentado, Terrorista) EFE/EPA/WILL OLIVER EFE/EPA/WILL OLIVER A primeira-ministra do Reino Unido

A cinzenta segunda-feira em Londres começa com muita consternação depois de mais um ataque terrorista.

A polícia continua realizando operações em toda a cidade em busca de cumplices dos três homens que deixaram sete mortos e dezenas de feridos na London Bridge sábado à noite. A região segue fechada, assim como o Borough Market, onde os terroristas esfaquearam pessoas a esmo, que aproveitavam a noite em bares e restaurantes.

Essa área é bastante popular entre os londrinos e, como o tempo estava bom, ainda mais gente circulava pelas ruas apertadas próximas à London Bridge. O ataque só não foi ainda mais sangrento porque a polícia levou apenas oito minutos para chegar à região e matar os três responsáveis pelo atentado.

O Estado Islâmico assumiu a autoria do ataque, mas o que isso significa na prática ainda é bastante duvidoso. A polícia britânica já conhece a identidade dos terroristas, mas ainda não divulgou detalhes. Então não dá pra saber se eles foram treinados no Oriente Médio, por exemplo, ou se eram jovens radicalizados pela internet e que agiram num ato alucinado e precário, mas altamente fatal, o que parece ser o caso.

Esse foi o terceiro ataque em três meses aqui na Inglaterra, e, embora o show da cantora americana Ariana Grande ontem em Manchester tenha sido muito bonito, com demonstrações enormes de solidariedade de artistas e celebridades, o fato é que os impactos desses episódios aqui na Inglaterra não serão pequenos.

A fala da primeira-ministra Theresa May neste domingo dizendo que “já chega” deu uma indicação clara para as empresas de internet que elas serão o alvo da vez. O discurso do Estado Islâmico circula livremente nas redes sociais e aplicativos de trocas de mensagem são ferramentas poderosas para articulação de extremistas.

Acontece que o resto da humanidade também usa os mesmos recursos para fins altamente mundanos. Então é evidente que restrições na internet não vão afetar só os terroristas, como os detectores de metal e as revistas nos aeroportos claramente mudaram o jeito de viajar de avião no mundo todo.

A questão é se as medidas que a primeira-ministra promete tomar serão meras inconveniências dos tempos modernos ou algo mais amplo que restringe os direitos civis de todos.

Isso sem contar que o Reino Unido terá eleição geral nesta próxima quinta-feira (8), então é claro que qualquer ação governo agora levará em conta o impacto nas urnas. Somando isso ao Brexit e às dificuldades financeiras com inflação e moeda desvalorizada, dá pra dizer com alguma tranquilidade que o Reino Unido vive mais uma vez tempos bastante conturbados.

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