Impactos de atentado terrorista sobre o Reino Unido não serão pequenos
A cinzenta segunda-feira em Londres começa com muita consternação depois de mais um ataque terrorista.
A polícia continua realizando operações em toda a cidade em busca de cumplices dos três homens que deixaram sete mortos e dezenas de feridos na London Bridge sábado à noite. A região segue fechada, assim como o Borough Market, onde os terroristas esfaquearam pessoas a esmo, que aproveitavam a noite em bares e restaurantes.
Essa área é bastante popular entre os londrinos e, como o tempo estava bom, ainda mais gente circulava pelas ruas apertadas próximas à London Bridge. O ataque só não foi ainda mais sangrento porque a polícia levou apenas oito minutos para chegar à região e matar os três responsáveis pelo atentado.
O Estado Islâmico assumiu a autoria do ataque, mas o que isso significa na prática ainda é bastante duvidoso. A polícia britânica já conhece a identidade dos terroristas, mas ainda não divulgou detalhes. Então não dá pra saber se eles foram treinados no Oriente Médio, por exemplo, ou se eram jovens radicalizados pela internet e que agiram num ato alucinado e precário, mas altamente fatal, o que parece ser o caso.
Esse foi o terceiro ataque em três meses aqui na Inglaterra, e, embora o show da cantora americana Ariana Grande ontem em Manchester tenha sido muito bonito, com demonstrações enormes de solidariedade de artistas e celebridades, o fato é que os impactos desses episódios aqui na Inglaterra não serão pequenos.
A fala da primeira-ministra Theresa May neste domingo dizendo que “já chega” deu uma indicação clara para as empresas de internet que elas serão o alvo da vez. O discurso do Estado Islâmico circula livremente nas redes sociais e aplicativos de trocas de mensagem são ferramentas poderosas para articulação de extremistas.
Acontece que o resto da humanidade também usa os mesmos recursos para fins altamente mundanos. Então é evidente que restrições na internet não vão afetar só os terroristas, como os detectores de metal e as revistas nos aeroportos claramente mudaram o jeito de viajar de avião no mundo todo.
A questão é se as medidas que a primeira-ministra promete tomar serão meras inconveniências dos tempos modernos ou algo mais amplo que restringe os direitos civis de todos.
Isso sem contar que o Reino Unido terá eleição geral nesta próxima quinta-feira (8), então é claro que qualquer ação governo agora levará em conta o impacto nas urnas. Somando isso ao Brexit e às dificuldades financeiras com inflação e moeda desvalorizada, dá pra dizer com alguma tranquilidade que o Reino Unido vive mais uma vez tempos bastante conturbados.
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