Imprensa internacional reconhece que Rio 2016 teve mais acertos que erros
Não vá para o Rio: a violência urbana de lá é incontrolável, os estádios não estão prontos e a proliferação do vírus zika está muito alta.
Com mais ou menos intensidade, não há como negar: esse foi o discurso da imprensa internacional antes da primeira olimpíada realizada no Brasil.
As notícias amplamente divulgadas levaram inclusive à desistência de alguns atletas da competição e até a organização mundial da saúde cogitou pedir o cancelamento dos jogos.
Essa propaganda negativa não é inédita na história das Olimpíadas, mas a Rio 2016 foi tão mal-falada, que a imagem da competição no final das contas foi positiva.
Nesta segunda-feira (22), jornais importantes ao redor do mundo destacaram que a catástrofe brasileira não aconteceu.
O The New York Times disse que o Rio está mudado, se não renascido. O francês Le Monde destacou: houve muitas críticas, mas foi bom.
O The Wall Street Journal escreveu que mais coisas deram certo do que não funcionaram.
Para o consultor esportivo Amir Sommogi, a cobertura negativa antes dos Jogos acabou ajudando o Rio de Janeiro e o Brasil. “O Rio me parece que colheu esse benefício”, disse.
Mas Amir Sommogi lembrou que o desafio mais importante do Rio começa agora: conseguir se beneficiar da olimpíada por um longo tempo. “Poucos foram os apíses que sediram grandes eventos e conseguiram colher não apenas ganho momentâneo, mas ganho de longo prazo”
Para isso, o Brasil tem exemplos a seguir. No campo esportivo, a meta é copiar a Grã-Bretanha, que quatro anos depois de sediar o evento, melhorou seu desempenho e ficou na segunda colocação no quadro de medalhas.
No legado urbano, a referência é Barcelona, que usou os jogos de 1992 para revitalizar uma importante área da cidade.
A competição mais difícil do Rio começa agora: sem holofotes, sem jornalistas estrangeiros e com uma calculadora nas mãos.
*Informações do repórter Victor LaRegina
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