Indiciamento de Lula e sobrinho pode ajudar a revelar corrupção no BNDES
A Polícia Federal indiciou nesta quarta-feira (05) o ex-presidente Lula por corrupção passiva. A PF também indiciou o empreiteiro Marcelo Odebrecht e o sobrinho de Lula, Taiguara Rodrigues, por corrupção e lavagem de dinheiro.
O inquérito tem 250 páginas e foi entregue ao Ministério Público Federal. Segundo a PF, Lula teria atuado para que a Odebrecht contratasse a empresa de engenheria de Taiguara, a Exergia. Ela trabalharia em um projeto de ampliação e modernização da hidrelétrica de Cambambe, em Angola.
De acordo com o repórter Cláudio Tognolli, esse indiciamento pode ajudar a elucidar o caso do propinoduto Brasil-África.
O novo passo da Lava Jato é tentar provar que os países africanos só teriam conquistado o cancelamento de dívidas após contratar empresas brasileiras amigas do PT. Funcionava assim: com o sinal verde do governo, os países africanos não precisariam mais pagar as dívidas com o Brasil. Esse dinheiro seria reconduzido para pagar empreiteiras brasileiras, que por sua vez tomavam grana do BNDES para operar na África.
Quem estaria por trás disso? O ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho.
A conexão África-Brasil já foi citada na CPI do BNDES, como lembra Tognolli. Veja:
É invevitável. A partir do indiciamento de Lula e seu sobrinho, vai se chegar não só em Coutinho, mas também no desvio de verba do BNDES e no milionário perdão das dívidas dos países africanos, que teriam sido feitos só para facilitar o propinoduto do PT.
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