Inflação e usinas térmicas aumentaram o custo de vida dos paulistanos
O aumento da energia foi um dos principais responsáveis pela alta de 11,56% do custo de vida na região metropolitana de São Paulo em 2015. A conta de luz integra o segmento habitação, na pesquisa da Fecomercio, que registrou elevação de 20,93% no ano passado. Já o grupo alimentação e bebidas foi o segundo que mais pressionou o crescimento do índice, com um aumento de 11,64%.
Consumidores ouvidos pela repórter Renata Perobelli relatam como foi conviver com a inflação em relação aos gastos domésticos em 2015 e citaram todos os gastos embutidos em moradia, como água, luz e gás. Eles relatam que foi necessário um trabalho de contenção de gastos e a criação de uma cultura de economia dentro de casa. A alta do custo de vida foi maior para as classes D e E, já que os segmentos de habitação e alimentação têm peso maior no orçamento destas famílias.
A economista da Fecomercio, Júlia Ximenes, diz que a expectativa é de redução do preço da energia ao longo de 2016 por causa do retorno das chuvas: “Esse aumento se deu principalmente por conta da necessidade de usar energia térmica para suprir a demanda, e a energia térmica tem um custo muito maior. Espera-se que a partir de fevereiro essas usinas térmicas não sejam mais usadas, então podemos ter um barateamento pelo menos na energia elétrica”. Júlia Ximenes reforça que em fevereiro o custo de vida deve voltar a subir em razão dos gastos com educação por causa dos materiais escolares.
O professor da FEA/USP, Heron do Carmo, explica a Anderson Costa que o preço dos alimentos só deve começar a cair no segundo semestre: “Como os preços estão muito elevados, eles estimularam um novo plantio até em regiões que não produzem esses produtos. Então podemos ter ao longo do ano, mais para o final, uma queda do preço de produtos, principalmente o tomate”. O economista reforça que, em períodos de alta de preços, as melhores opções são a substituição de alguns produtos e evitar o desperdício.
Além da disparada do câmbio, os efeitos do fenômeno El Niño colaboraram para o aumento do preço dos alimentos em 2015.
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