Inmetro proíbe bijuterias com altas concentrações de metais cancerígenos
Elas são baratinhas, mas perigosas. Por isso, bijuterias e joias com alta concentração de cádmio e chumbo serão expulsas do território nacional em cinco anos. Tempo demais na opinião do toxicologista Anthony Wong: “É um absurdo, uma enormidade de tempo 60 meses, devia ser retirado imediatamente”.
Os adereços com metais cancerígenos, até agora, não tinham nenhuma regulamentação específica. Mas com a portaria do Inmetro publicada nesta terça-feira (26/01), o Brasil finalmente se equipara aos Estados Unidos, onde o limite de concentração é de até 0,03%. O parâmetro, aliás, serviu como base para o texto elaborado pelo instituto brasileiro.
As substâncias deixam as peças mais maleáveis e brilhantes, mas são absorvidas pela pele, especialmente nas partes onde há mais suor. Um perigo especialmente para crianças e gestantes, explica o chefe do Centro de Toxicologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, Anthony Wong: “Essas substâncias são extremamente perigosas para a saúde, sobretudo para crianças. Se a mulher estiver grávida, o chumbo especificamente pode causar retardo mental, alterações na estrutura do corpo do bebê, malformações, pode levar a anemia e é uma substância que pode estar associada com alguns tipos de câncer”.
Se não for por uso, o descarte desses materiais em larga escala, como as toneladas de produtos de um contêiner, podem contaminar o meio ambiente e trazer também sérios riscos à saúde da população. Segundo o Inmetro, joias e bijuterias comercializadas no país apresentaram concentrações de chumbo e cádmio com níveis até 60 vezes maiores do que os permitidos na Europa e nos Estados Unidos.
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