IPCA-15 acumula alta de 9,42%, o pior resultado desde 1996
O IPCA -15, o indicador antecedente da inflação oficial, sobe 0,85% em novembro e já acumula alta de 9,42% no ano, pior resultado desde 1996. Somado a isso, outro indicador do IBGE confirma que a crise continua: o desemprego subiu para 7,9%, maior taxa em outubro desde 2007.
O professor da Faculdade de Economia da USP, Heron do Carmo, afirma que a crise política vem derrubando o país. Ele explica que esse cenário pode continuar em 2016: “Se essa questão política não se resolver, e se com isso a situação fiscal continuar comprometendo a economia brasileira, nós podemos ter uma inflação no próximo ano nos moldes da que tivemos este ano”. Além da inflação, o desemprego também não para de subir no Brasil.
Mas poderia ser muito pior, como explica o professor Hélio Zylberstajn, da Faculdade de Economia da USP: “Nossa força de trabalho diminuiu este mês e 170 mil trabalhadores saíram do mercado. Se essas pessoas, ao invés de se retirarem do mercado, tivessem ficado e continuado a procurar emprego, a taxa que eu estaria anunciando hoje seria 8,5%”.
Nessa situação de desemprego e inflação em alta, o trabalhador é quem mais sofre. A economista Thais Zara adianta que uma massa salarial reduzida significa mais necessidade de cortes nos gastos das famílias: “A massa salarial, que é o número de pessoas ocupadas vezes o rendimento médio, tem exibido uma queda de 10,4% em relação ao mesmo mês do ano passado”. Ela calcula que o mercado de trabalho deve continuar em retração até agosto do ano que vem, e alerta que esse período de crise pode ser ainda maior se não houver mudanças.
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