João Jardim, diretor de “Getúlio”, fala de filme: “espelho do Brasil de hoje”
João Jardim, conhecido por seu trabalho como diretor de importantes documentários brasileiros como “Pro Dia Nascer Feliz” e “Lixo Extraordinário”, está com um novo desafio em sua carreira. O seu primeiro longa metragem de ficção, “Getúlio”, chegará aos cinemas brasileiros no dia 1º de maio. Em entrevista ao programa Morning Show, João falou sobre os desafios de trazer para as telonas parte tão importante da história brasileira.
Embora seja uma ficção, a trama é baseada nos últimos 19 dias da vida de Getúlio Vargas. “O recorte é muito emocionante, há muitos acontecimentos importantes, é um espelho incrível do Brasil de hoje”, explicou.
Para atingir o resultado final, Jardim apontou o elenco forte como uma das principais armas para o sucesso: “o elenco – que conta com Tony Ramos, Alexandre Borges, Drica Moraes, entre outros – consegue fazer uma reconstrução bem feita, que prende o espectador mesmo todos sabendo o final da história”.
A escolha por Tony Ramos no papel principal não foi por acaso. Após extensão discussão, o diretor chegou à conclusão de que o ator era a melhor opção.
“Precisávamos de alguém com duas características: carisma e ser reservado ao mesmo tempo. Tony buscou a introspecção de Vargas. O trabalho do ator foi de encontrar esse silêncio aliado com aquela aura de poder. A caracterização também foi aliada, embranquecemos o cabelo dele, raspamos uma parte do cabelo, fizemos uma ‘roupa de gordo’, para formar a versão final”, contou.
O filme liga dois momentos importantes, a partir do assassinato do jornalista Carlos Lacerda, vivido por Alexandre Borges, até o degringolar de toda a rede de corrupção que culmina com Getúlio tirando sua própria vida.
Em conversa por telefone, Borges falou sobre o papel: “Foi uma coincidência, Carlos Lacerda sempre foi um personagem que considerava que poderia fazer. Eu tinha uma intuição de que isso poderia acontecer. O João tornou esse sonho realidade, fiquei muito feliz e admiro muito o trabalho dele”.
João ainda tentou explicar um pouco da complexidade de Getúlio Vargas traduzida em seu filme. “É um thriller militar e psicológico. Getúlio foi durante muitos anos um ditador, essa nuance é muito importante, e também tinha um lado das leis populistas. Ele personifica em alguns pontos o que temos de pior, mas ao mesmo tempo ele é um se humano. Eu enxergo os dois lados”, concluiu.
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