Jornais europeus veem denúncia contra Temer como “marca vergonhosa”
O Brasil é destaque de primeira página em praticamente todos os sites dos grandes jornais internacionais da Europa hoje. Afinal, não é todo dia que o presidente de uma das maiores economias do mundo é acusado formalmente de corrupção passiva.
Chega a dar dó da nossa imagem no exterior, que está claramente em frangalhos e atinge seu clímax mais uma vez. Ou seria mais apropriado dizer nadir? E olha que o fundo do poço já parecia ter chegado um ano atrás…
O Le Monde, da França, por exemplo, dedicou essas palavras para explicar a situação bizarra que Michel Temer e sua trupe colocaram o Brasil:
“Segunda-feira, 26 de junho, o presidente entrou para a história brasileira como o primeiro chefe de estado em exercício denunciado por um crime comum. Uma desonra que pode causar a sua destituição menos de um ano depois do impeachment de Dilma Rousseff.”
Citando fontes entrevistadas no Brasil, o jornal francês ainda traz a opinião de que “Michel Temer perdeu totalmente a legitimidade e deixa uma marca vergonhosa no país. Mas ainda assim o jogo político deve permitir que ele complete o mandato.”
O El País da Espanha explica a bizarrice para seus leitores da seguinte forma: o processo aberto por Janot não equivale exatamente a um impeachment, mas na prática coloca Temer em uma situação muito similar.
O diário avalia que Temer conseguiu piorar as marcas atingidas por Fernando Collor de Mello e Dilma Rousseff, não apenas por ser acusado formalmente de receber suborno, mas também por atingir níveis raquíticos de popularidade, que nem mesmo os outros dois impichados tiveram.
“Temer optou por se entrincheirar, apesar da ferocidade da tormenta de denúncias e acusações que enfrenta.”
Aqui na Inglaterra, BBC e The Guardian noticiam o mais novo capítulo vexatório da história brasileira. O jornal Financial Times conclui que Temer deve conseguir escapar da investigação reunindo apoio na Câmara dos Deputados, casa que presidiu três vezes.
Os mercados, porém, estão preocupados com a repercussão do escândalo que só vai erodir um capital político que já anda bastante desgastado, completa o jornal inglês.
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