38% dos professores já intermediaram situações difíceis de alunos na internet, diz pesquisa
Entre essas situações indesejáveis estão bullying, discriminação e assédio
Cerca de 38% dos professores das escolas urbanas brasileiras já ajudaram algum aluno a enfrentar situações ocorridas na internet, como bullying, discriminação ou assédio. As informações constam na pesquisa TIC Educação 2018.
Essa situação já foi vivida por 42% dos professores que atuam nas escolas privadas. Nos colégios públicos, 37% dos profissionais enfrentaram esse desafio.
Os alunos do 5º e 9º anos do ensino fundamental são os que mais pediram ajuda para os professores: 40% e 39%, respectivamente. Em seguida aparecem os alunos do segundo ano do ensino médio, com 36%.
De acordo com a coordenadora da pesquisa, Daniela Costa, os professores são mediadores do uso que as crianças e os jovens fazem das tecnologias. “A escola tem sido cada vez mais chamada a debater esses temas no currículo, no espaço escola junto com a comunidade escolar”, disse ela.
“Os professores nesse caso assumem um papel muito relavante de mediadores do uso que crianças e adolescentes fazem das tecnologias e por estarem mais próximos deles, os alunos acabam também recorrendo aos professores para auxiliá-los nessas situações.”
Segundo a psicóloga Ana Lúcia Castello, presidente da Associação de EMDR, é preciso realmente intervir em situações como essas porque o bullying, por exemplo, tem sérias consequências psicológicas. “Eu acho muito grave o que tem acontecido nas escolas. Psicologicamente é algo que causa um distúrbio emocional muito sério nas pessoas”, afirmou.
“Eu acho que precisaria ter uma intervenção nas escolas municipais e estaduais e nas escolas particulares, as pessoas terem discernimento de fazerem um trabalho”, concluiu a psicóloga.
Os dados são da pesquisa TIC Educação 2018, que ouviu 1.807 professores de escolas urbanas, além de 11.142 alunos. O levantamento foi realizado pelo Comitê gestor da internet no brasil entre agosto e dezembro do ano passado.
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