Pesquisa que não questiona preço de plano de saúde aponta que idoso está satisfeito com serviço
70% dos idosos se dizem satisfeitos com seu plano de saúde em pesquisa da associação que representa as maiores operadoras do setor e mais da metade afirma que o serviço já oferece tudo o que poderia oferecer.
No entanto, a avaliação encomendada pela FenaSaúde ao Datafolha deixa de fora da análise o peso da mensalidade, principal reclamação de quem tem mais de 60 anos.
Os dados apresentados nesta quinta-feira durante o 3o Fórum da Saúde Suplementar foram colhidos em São Paulo e Rio de Janeiro, capitais com reconhecidamente mais recursos e equipamentos de saúde. E 65% dos entrevistados- com e sem plano – tinha renda superior a 2 salários mínimos.
Para o diretor executivo da entidade, o levantamento trouxe uma avaliação positiva do serviço que não é valorizado. José Cechin explicou que a reclamação poderia ter sido registrada mesmo sem perguntas específicas: “não foi perguntado especificamente o que ele acha da mensalidade, mas se ele tinha satisfação com o plano. Ele era livre de apontar motivos de insatisfação, e não apareceu insatisfação com o preço”.
Um quarto da população brasileira é coberta pelos planos de saúde. Segundo a pesquisa, o número de idosos clientes de planos chega a 37%. Acima dos 80 anos, o índice supera os 50%.
O que reforça o impacto dos próximos passos da discussão da nova regulação dos planos, que segue na comissão especial na câmara dos deputados.
Uma das propostas é alterar o Estatuto do Idoso, que impede reajustes de mensalidades a partir dos 60 anos. Permitir a correção de forma escalonada até os 80 anos é uma ideia polêmica, mas em estudo pelo relator Rogério Marinho.
O diretor da FenaSaúde, José Cechin, tem dúvidas se esse é o melhor caminho: “é difícil do ponto de vista social. As pessoas idosas vivem de renda de aposentadoria. Postergar os reajustes complica a vida das pessoas mais idosas”.
Entidades de defesa do consumidor se posicionam contra o aumento de faixas e o consequente escalonamento do aumento para quem tem mais de 60 anos.
O relatório final deve ser apresentado na comissão da Câmara até novembro.
*Informações da repórter Carolina Ercolin
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