Pesquisa que não questiona preço de plano de saúde aponta que idoso está satisfeito com serviço

  • Por Jovem Pan
  • 06/10/2017 07h18 - Atualizado em 06/10/2017 11h02
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Marcelo Camargo/Agência Brasil Marcelo Camargo/Agência Brasil A avaliação encomendada pela FenaSaúde ao Datafolha deixa de fora da análise o peso da mensalidade, principal reclamação de quem tem mais de 60 anos

70% dos idosos se dizem satisfeitos com seu plano de saúde em pesquisa da associação que representa as maiores operadoras do setor e mais da metade afirma que o serviço já oferece tudo o que poderia oferecer.

No entanto, a avaliação encomendada pela FenaSaúde ao Datafolha deixa de fora da análise o peso da mensalidade, principal reclamação de quem tem mais de 60 anos.

Os dados apresentados nesta quinta-feira durante o 3o Fórum da Saúde Suplementar foram colhidos em São Paulo e Rio de Janeiro, capitais com reconhecidamente mais recursos e equipamentos de saúde. E 65% dos entrevistados- com e sem plano – tinha renda superior a 2 salários mínimos.

Para o diretor executivo da entidade, o levantamento trouxe uma avaliação positiva do serviço que não é valorizado. José Cechin explicou que a reclamação poderia ter sido registrada mesmo sem perguntas específicas: “não foi perguntado especificamente o que ele acha da mensalidade, mas se ele tinha satisfação com o plano. Ele era livre de apontar motivos de insatisfação, e não apareceu insatisfação com o preço”.

Um quarto da população brasileira é coberta pelos planos de saúde. Segundo a pesquisa, o número de idosos clientes de planos chega a 37%. Acima dos 80 anos, o índice supera os 50%.

O que reforça o impacto dos próximos passos da discussão da nova regulação dos planos, que segue na comissão especial na câmara dos deputados.

Uma das propostas é alterar o Estatuto do Idoso, que impede reajustes de mensalidades a partir dos 60 anos. Permitir a correção de forma escalonada até os 80 anos é uma ideia polêmica, mas em estudo pelo relator Rogério Marinho.

O diretor da FenaSaúde, José Cechin, tem dúvidas se esse é o melhor caminho: “é difícil do ponto de vista social. As pessoas idosas vivem de renda de aposentadoria. Postergar os reajustes complica a vida das pessoas mais idosas”.

Entidades de defesa do consumidor se posicionam contra o aumento de faixas e o consequente escalonamento do aumento para quem tem mais de 60 anos.

O relatório final deve ser apresentado na comissão da Câmara até novembro.

*Informações da repórter Carolina Ercolin

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