A cada 33 minutos, uma pessoa sofre algum tipo de violência policial no Brasil

Dados incluem violência contra LGBTs, mulheres, negros, além de crianças e adolescentes; cálculo é baseado no monitoramento feito pela Rede Observatório da Segurança no RJ

  • Por Jovem Pan
  • 22/07/2021 08h43 - Atualizado em 22/07/2021 10h48
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Foto: CELSO BARBOSA/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO - 06/05/2021 Vários policiais andando uns ao lado dos outros usando fardas e coletes pretos e empunhando armas A partir de agosto deste ano, a Rede Observatório de Segurança vai começar a operar em dois novos estados: Maranhão e Piauí

A cada meia hora uma pessoa é perseguida e sofre agressões graves ou letais durante as abordagens de policiais civis e militares. Os dados incluem violência contra LGBTs, mulheres, racismo, além de crianças e adolescentes. O cálculo é baseado no monitoramento feito pela Rede Observatório da Segurança no Rio de Janeiro. A possibilidade de que a frequência e o número de casos sejam muito maiores é grande. Na maioria do Estados brasileiros é difícil encontrar as estatísticas oficias sobre a violência policial. Pablo Nunes, coordenador da pesquisa conta o número de 31,5 mil casos de ocorrências em apenas cinco Estados brasileiros.

“Casos de violência, racismo, LGBTfobia, violência contra a mulher que são casos muito graves, né? A gente não pode naturalizar a violência que a gente tem assistido nesses anos no Brasil. É uma violência completamente inaceitável que deveria ter reações mais contundentes no sentido de resolver essas questões e não aprofundar.” Os dados pesquisados pelo Observatório da Segurança mostram que 57% do total de casos envolvem ações policiais. O Estado do Rio de Janeiro teve oito ações policiais por dia, em 2021, mesmo com a determinação do Supremo Tribunal Federal de proibir operações em favelas durante a pandemia, visando exatamente diminuir o número de mortes. A Polícia da Bahia aparece como a mais letal do Nordeste e o Estado com o maior número de chacinas. Já o estado do Pernambuco é onde tem o maior número de agressões a crianças e adolescentes. No Ceará, lidera o número de ocorrências de LGBTfobias. No Estado de São Paulo predominam o estupro e a violência contra mulher.

Pablo Nunes cita ainda exemplos recentes de impunidade. “O que aponta para uma ação muito violenta que ainda não consegue fazer a garantia de direitos, o combate ao crime de forma a não vitimas as pessoas como João Pedro, como Kathlen. E tantas outras vítimas de violência durante  operações policiais, como a ação de Paraisópolis.” O monitoramento leva em consideração as reportagens que são veiculadas na imprensa de um modo geral, boletins de ocorrência e denúncias feitas nas redes sociais. O período para chegar a esses números foi de junho de 2019 a maio deste ano. A partir de agosto deste ano, a Rede Observatório de Segurança vai começar a operar em dois novos estados: Maranhão e Piauí. O objetivo é ter uma sede própria em cada Estado para monitorar as ações policiais em todo país. Desta forma espera, enfim, conseguir cumprir a missão para a qual foi criada: mostrar a falta de transparência das polícias no Brasil.

*Com informações do repórter Maicon Mendes

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