A Posição do Brasil no Mundo – Parte 3: Desafio do País está na normalização da política interna

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 20/10/2017 08h40 - Atualizado em 20/10/2017 09h04
Adriano Machado/Estadão Conteúdo Palácio do Planalto A gente ainda não sabe ao certo quem vai ou não concorrer à Presidência. E esse é só mais um sinal do grave momento político que o Brasil vive

As eleições de 2018 cheiram a pandemônio e não vão faltar problemas para resolvermos no processo de escolha do próximo chefe de Estado.

Um deles é a posição que esperamos ocupar no mundo. Por isso, pensar em política externa também é um ponto importante para o eleitor por várias razões práticas, como explica a professora Mahrukh Doctor, da Universidade de Hull, na Inglaterra, que eu encontrei em Londres na semana passada: “é a política externa que decide as políticas de comércio e as posições do Brasil sobre as políticas de comércio. E comércio geram exportações, exportações geram empregos, impostos para o Governo depois pagar serviços. Então, política externa é política do cidadão normal”.

Além das questões econômicas, o debate também vai alcançar pontos “quase de cunho moral, como por exemplo a questão da imigração que o candidato Jair Bolsonaro tem insistido muito”. Esse é o professor Guilherme Casarões, da FGV, especialista em Relações Internacionais e Ciências Políticas. “Eu acho que estamos vivendo um momento que há uma onda fortemente globalista, como isso vem sendo chamado inclusive nos Estados Unidos, de candidatos fortemente conservadores, com pauta meio nacionalista meio protecionista. pode ser que isso apareça na discussão de 2018, mas o formato que isso vai tomar ainda é incerto”, completa.

A gente ainda não sabe ao certo quem vai ou não concorrer à Presidência. E esse é só mais um sinal do grave momento político que o Brasil vive.

O embaixador do Brasil em Roma, Antonio Patriota, disse que tudo bem, estamos passando por um momento ruim, mas que no geral outras potências também têm suas dificuldades: “não podemos subestimar a capacidade de influência que temos e também não vamos sobrestimar, também temos limitações, desafios internos. O que nós representamos é mensagem de ressonância universal, construtiva e a favor da cooperação”.

Para fechar o debate, o professor Andrés Malamoud, da Universidade de Lisboa aponta para alguns cenários em que o País pode voltar a se destacar internacionalmente: “se houver presidente ativo no plano internacional, o Brasil tem boa possibilidade de influenciar em algumas áreas da política internacional. Sem dúvidas, a mudança climática é um problema e o Brasil é um ator relevante nesta área. Regulação da internet e a questão dos medicamentos”.

Agora, é evidente que tudo depende da normalização da política interna. E esse é o maior desafio para o Brasil neste momento.

Confira a terceira e última parte do especial do correspondente da Jovem Pan na Europa, Ulisses Neto, sobre a posição do Brasil no mundo de hoje:

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