Acesso ao saneamento básico tiraria mais de 600 mil mulheres da pobreza, aponta estudo
O acesso à água limpa e ao tratamento de esgoto tirariam imediatamente mais de 600 mil mulheres da pobreza, a maioria delas negras e jovens. A constatação é de um estudo realizado pelo Trata Brasil em parceria com a BRK Ambiental.
Em 2016, uma em cada quatro brasileiras vivia em situação precária no quesito acesso ao saneamento básico. O economista Fernando Garcia de Freitas, responsável pela pesquisa, explicou que a falta de saneamento básico atinge toda a sociedade, mas são as mulheres que mais sofrem.
As meninas também são as mais afetadas. Na idade escolar, jovens sem acesso a banheiro têm desempenho estudantil pior.
O estudo mostra que o acesso à água tratada, à coleta e ao tratamento de esgoto poderiam reduzir em até 10% o atraso escolar das estudantes.
O presidente do Instituto Trata Brasil, Edison Carlos, alertou que a questão deve ser levada em conta pelos políticos recém-eleitos.
O saneamento impacta ainda a entrada no mercado de trabalho. Um milhão e meio de mulheres sem banheiro em casa ganham menos da metade do que as trabalhadoras com saneamento básico garantido.
De acordo com a pesquisa, além da redução da pobreza, a universalização do saneamento traria uma redução do atraso escolar e a melhora no desempenho acadêmico. Os efeitos teriam impacto direto na produtividade e elevariam o potencial de renda das mulheres brasileiras, contribuindo para o fim da desigualdade.
*Informações da repórter Marcella Lourenzetto
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