“Acha certo um jornalista escrever nepotismo quando não é?”, rebate França sobre acusação
Acusado de nepotismo por supostamente empregar familiares em órgãos públicos, o governador de São Paulo, Márcio França (PSB), rebateu a informação em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã.
“A notícia é tão boa que foi tirada do ar. Nepotismo no Brasil é parente até terceiro grau. Primo é quinto grau. Não vejo nenhum problema de pessoas terem função, se tem confiança. Ela é super competente. Ela é jornalista, publicitaria, e acho super correto”, disse sobre a contratação de Mônica Alessandra Rocha Coutinho Barros, esposa de seu primo, como auxiliar direta de Lúcia França, primeira-dama do Estado, e com cargo na Imprensa Oficial do Estado.
Sobre seu irmão, médico, que também é citado na matéria, França questiona: “esse meu irmão é médico concursado, ele deve renunciar porque eu sou governador? A lei é contra e não pode ser colocado”.
Sobre a notícia ter sido, como disse o governador, retirada do ar, ele foi indagado pela bancada do Jornal da Manhã de que a notícia continuava no site da revista, ao que prontamente respondeu: “eles colocaram no ar e tiraram, no ar e tiraram, alguma coisa está errada, né? Eu vou providenciar… Se a lei diz o que é nepotismo, você acha certo um jornalista escrever nepotismo quando não é? É claro que não é”.
A acusação da revista
O caso a que o governador paulista se refere é o citado pela revista IstoÉ, que aponta a contratação de Mônica Alessandra Rocha Coutinho Barros, esposa de Paulo Fernando da Rocha Barros, primo do pessebista.
Mônica é auxiliar direta de Lúcia França, primeira-dama do Estado, e ocupa cargo na Imprensa Oficial do Estado com um salário de R$ 14 mil mensais. Ela foi, inclusive, assessora de França quando este esteve na Prefeitura de São Vicente e quando ele foi deputado federal.
A revista acusa ainda que o marido de Mônica, e primo do governador, é funcionário da Prefeitura Municipal de São Vicente, e que o atual prefeito da cidade é seu cunhado, irmão da primeira-dama, Pedro Gouveia.
“Mas o nepotismo não para por aí. Paulo Roberto da Rocha Barros é irmão de Paulo Fernando, ou seja outro primo de Márcio França, e trabalha para o sobrinho Caio França (filho do governador), na Assembleia Legislativa de São Paulo, onde é deputado estadual. O salário de Paulo Fernando é de R$ 21 mil mensais. Os irmãos de Márcio França também são bem protegidos pelo governador. Cláudio França, irmão do governador, é médico contratado pelo Estado em Iguape, além de prestar trabalhos nas prefeituras de São Vicente e Mongaguá, com apadrinhamento dos França. Cláudio foi secretário Municipal de Saúde de São Vicente, em razão de que responde a processo por improbidade administrativa (…) Flávio França, outro irmão de Márcio, seguindo a tradição da família também faz parte do aparelho estatal. É conselheiro administrativo da COHAB – Baixada Santista”, discorre a publicação questionada.
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