Acusado de violar lei ao reter verba militar para Ucrânia, Trump vê impeachment avançar
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O senado norte-americano começou oficialmente os procedimentos do julgamento sobre o impeachment do presidente Donald Trump nesta quinta-feira. O presidente do Comitê de Inteligência da Câmara, Adam Schiff, leu em voz alta as acusações contra Trump de abuso de poder e obstrução do Congresso.
O presidente da Suprema Corte dos EUA, John Roberts, que vai presidir o julgamento, foi ao senado para fazer o juramento de que todos os senadores irão atuar como juízes imparciais, de acordo com a Constituição norte-americana.
Ainda na quinta-feira, o Accountability Office, uma espécie de auditoria que supervisiona o uso de dinheiro público pelo governo norte-americano, divulgou um documento dizendo que o bloqueio de US$ 391 mi em ajuda militar a Ucrânia seria uma violação às leis, já que de acordo com a agência, o governo não pode mudar o destino de um dinheiro que já foi definido pelo Congresso só por causa das suas prioridades.
O documento vai ao encontro do que dizem os membros do governo democrata. Eles acreditam que Trump teria segurado a liberação do dinheiro como uma forma de pressionar o presidente ucraniano a fazer a investigação sobre Joe Biden, pré-candidato democrata.
Presidente da Câmara dos Deputados, a democrata Nancy Pelosi, disse que o surgimento do documento reforça a necessidade da convocação de novas evidências e testemunhas para o julgamento no senado, outro ponto de discórdia entre republicanos e democratas. Pelosi disse que os republicanos têm medo da verdade, e por isso não querem novas testemunhas no processo.
Já o republicano John Cornyn afirmou que mesmo se houve alguma violação civil da lei, não se trata de um crime, muito menos de um ato que justificaria um impeachment.
O presidente Trump nega todas as acusações e reitera que as conversas com o presidente da Ucrânia e a demora em liberar ajuda financeira, foram para garantir que ucranianos estão de fato comprometidos com o combate à corrupção no país. Ontem, ele afirmou que imagina um julgamento rápido no senado, e voltou a chamar o processo de farsa.
Apesar dos procedimentos já terem começado, o líder da maioria republicana, Mitch McConnell adiou as próximas etapas do julgamento para terça-feira, 21. A Casa Branca precisa ser formalmente notificada sobre o novo julgamento, e Trump precisa estabelecer a defesa.
* Com informações da repórter Mariana Janjácomo.
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