Ainda mantido no cargo, Bebianno posta mensagem em rede social: ‘Uma pessoa leal, sempre será leal’

  • Por Jovem Pan
  • 16/02/2019 08h10
Marcelo Camargo/Agência Brasil Na madrugada deste sábado (16), o ministro Bebianno postou uma imagem no Instagram com uma mensagem sobre “lealdade”

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, teve a garantia de ministros nesta sexta-feira (15) no Palácio do Planalto que ele será mantido no cargo, pelo menos por enquanto. O que foi reafirmado mais tarde, pelo presidente Jair Bolsonaro. Apesar de a demissão estar, por ora, descartada, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a conversa entre Bebianno e Bolsonaro teria sido ríspida e o presidente já teria deixado assinado o ato de exoneração. Mais tarde, a aliados, o ministro disse que deixaria o Governo.

Mesmo assim, o clima dentro do Governo é de desconforto e desconfiança. Bebianno se mantém distante do trabalho, não teve agenda desde o início da semana, e só na sexta-feira, no fim do dia, foi chamado ao Palácio do Planalto. O presidente nos últimos dias vinha sinalizando que esperava pelo pedido de demissão do ministro, acusado de ter supostamente desviado recursos do fundo partidário para candidaturas laranjas.

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, também foi acusado da mesma irregularidade. Acusação que não teve o mesmo tratamento que foi dado agora pelo Governo às denúncias contra Bebianno.

O que pesou mesmo para que a denúncia se transformasse em crise foram as críticas do filho do presidente, Carlos Bolsonaro, que chamou o ministro de mentiroso, depois de Bebianno afirmar que tinha conversado com o presidente sobre o assunto.

Criada a confusão, o presidente já havia deixado claro que esperava o pedido de demissão do ministro que avisou que não saía, que se o presidente quisesse teria que demiti-lo.

Na madrugada deste sábado (16), o ministro Bebianno postou uma imagem no Instagram com uma mensagem sobre “lealdade”. A publicação, entretanto, ficou indisponível para não seguidores menos de uma hora depois.

“A lealdade é um gesto bonito das boas amizades. Só consegue ser amigo, quem aprende a ser leal. Só quem entende o real significado dessa palavra tão forte, compreende a importância de praticá-la no seu dia a dia. A lealdade constrói pontes indestrutíveis nas relações humanas. E repare: quando perdemos por ser leal, mantemos viva a honra. Saímos de qualquer lugar com a cabeça erguida ao carregar no coração a lealdade. É ela quem conduz os passos das pessoas que jamais irão se perder do caminho. Que jamais irão se entregar as turbulências. Que jamais irão se entregar as circunstâncias. Uma pessoa leal, sempre será leal. Já o desleal, coitado, viverá sempre esperando o mundo desabar na sua cabeça”, diz a mensagem creditada a Edgard Abbehusen.

Implicações com reforma da Previdência

O processo de fritura surpreendeu a todos e ligou o sinal de alerta dos ministros mais conciliadores que avaliaram que às vésperas da apresentação da reforma da Previdência não seria prudente começar uma briga dentro do Governo.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, ao ser perguntado sobre a crise disse que tem certeza que o presidente vai botar ordem na rapaziada dele. O maior problema, no entanto, foram os sinais externos, mais precisamente que vieram do Congresso.

Parlamentares e até o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, defenderam a permanência do ministro. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que é ligado ao ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, por sua vez, evitou entrar no mérito da questão, e afirmou que com ou sem demissão não acreditava em repercussão negativa ou contaminação da discussão em torno da reforma da previdência.

Alcolumbre defendeu a criação de uma subcomissão de senadores para acompanhar a discussão da reforma da Previdência na Câmara. Uma forma de, segundo ele, agilizar a votação na Casa e de garantir que o projeto chegue redondo no Senado.

*Com Informações da repórter Luciana Verdolin

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