Alckmin e Lula não mudaram, o que mudou foi a conjuntura política, afirma presidente do PSB
Segundo Carlos Siqueira, partido defende um programa comum, acima de questões partidária e ideológica, priorizando os interesses do país para retomar a trilha do desenvolvimento
Na última sexta-feira, 8, o PSB oficializou sua indicação do ex-governador de São Paulo e ex-tucano Geraldo Alckmin para ser vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa pela Presidência da República em outubro de 2022. Ambos já foram rivais políticos no passado. Para falar sobre o assunto, o presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro, Carlos Siqueira, concedeu entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, neste sábado, 9. Segundo ele, o atual momento exige união de forças políticas diferentes, deixando de lado ideologias e priorizando objetivos em comum pelo desenvolvimento do Brasil. “Não mudou nada em Geraldo Alckmin. Ele pode continuar pensando o que sempre pensou, assim como Lula pode continuar. O que mudou muito no nosso país foi a conjuntura política. Hoje, nós temos um quadro muito desgastado. Temos um sistema político profundamente superado, para não dizer necrosado”, afirmou Siqueira.
Segundo o presidente da legenda, para proteger a democracia e colocar o país de volta na trilha do desenvolvimento “é necessário que o país tenha a unidade de diferentes forças políticas, inclusive ideologicamente diferentes, para que o país que chegou, com as potencialidades que nós temos, no ponto em que chegou, ele precisa unir os brasileiros que querem mudar o país em torno de temas comuns. Então, se junta quatro ou cinco temas estratégicos comuns e você faça exatamente a unidade das pessoas que querem mudar o país. Porque o que temos hoje é um país com inflação descontrolada, com a economia que já não cresce há muitos anos ou cresce de forma muito insignificante, nós temos um grau de desemprego imenso no país, um dos maiores da história brasileira, temos uma indústria em decadência, que há 20 anos só faz cair e não chegou nem na quarta revolução industrial, e o país tem todas as condições para isso. E o que nós do PSB defendemos é que se faça um programa comum, que se coloque a questão partidária e ideológica abaixo dos interesses do país. Para que possamos pensar o país estrategicamente, o seu desenvolvimento”.
Questionado sobre a posição do PSB diante do PT e dos casos de corrupção envolvendo alguns petistas no passado, Siqueira fez questão de lembrar que valoriza o combate à corrupção e que ela não é exclusividade de nenhum partido específico. “A corrupção é um mal a ser combatido permanentemente. E, nesse sentido, a corrupção atravessou todo o sistema político nos últimos 20 anos. Não é exclusividade de ninguém. E, portanto, acho que isso merece uma profunda reforma política, uma nova forma de fazer política”, disse.
Ele ainda pontuou as diferenças existentes entre as duas legendas e destacou a importância de usar as diferenças para construir algo mais forte e coeso para o Brasil. “O Partido Socialista Brasileiro é um partido diferente do PT. Não se faz aliança com iguais, senão seria uma espécie de sanduíche de pão com pão. Nós temos as nossas ideias, o PT tem as ideias dele. Tem algumas que são comuns e outras que não são. Nós estamos com uma profunda autorreforma no nosso partido e temos ideias e diretrizes para um projeto de desenvolvimento nacional. E, vamos a partir dessas diretrizes que nós estabelecermos, que vamos aprovar no nosso congresso nacional, em 28 de abril, vamos pinçar aquilo que se adequa à atual conjuntura do nosso país e fazer as nossas sugestões. Se o PT vai aceitar ou não, isso é outra coisa. Nós achamos que sim. No momento de extrema dificuldade que vive o nosso país é preciso colocarmos as nossas diferenças, não apenas dos partidos, mas também agregar força de centro. A frente deve ser ampla, que chegue até o centro, como também o programa de governo deve ser assim, porque nós estamos precisando tirar o país da recessão, do baixo crescimento”, afirmou Siqueira.
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