Alckmin nega aproximação com Temer: se dependesse de mim, ele não teria sido eleito
Durante sabatina promovida pelo Jornal da Manhã, o ex-governador de São Paulo e pré-candidato à presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, negou que tenha tentado firmar aliança com o MDB e ainda “dispensou” o apoio de Michel Temer. O que pode considerado “tóxico” para a candidatura tucana.
“Não estamos conversando com o MDB porque eles têm candidato. Vamos conversar com os partidos que não têm candidato. Mas sempre é bom ter pontes, canais e diálogos”, afirmou.
Questionado sobre uma declaração de que o governo Temer é “ilegítimo”, o tucano tentou minimizar o episódio e explicou que uma das razões se dá pela falta de voto. “Já fui governador com voto e sem voto, é diferente. O voto traz uma força muito grande. O presidente Temer não teve voto e tem muito mais dificuldades para aprovar reformas”, contemporizou.
Mesmo em meio às acusações de corrupção enfrentadas pelo presidente da República, o tucano chegou a afirmar que o apoio do emedebista seria “honroso”, embora negue uma aproximação. “Não escolhi o Temer. Quem o escolheu foi o PT. Se dependesse de mim ele não teria sido eleito. Não vou conversar com o MDB. A discussão não é o Temer, mas o que nós queremos para o Brasil, pelos próximos quatro anos”,disse.
Corrupção no PSDB
Um dos temas levantados na sabatina foi a corrupção que tem se instaurado no PSDB. Vale lembrar que o ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, foi preso sob acusação de fraudar licitações nas obras do Rodonanel, mas acabou solto por Gilmar Mendes. Paulo Preto é apontado como operador do partido. Já o ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo, foi condenado a 20 anos de prisão no caso do mensalão mineiro, enquanto o senador Aécio Neves é acusado de receber vantagens indevidas da Odebrecht e da JBS.
“Paulo Vieira nunca foi filiado ao PSDB. Nem o conheço e ele responde na Justiça. O Eduardo Azeredo está preso e não passamos a mão na cabeça de ninguém. A lei está acima de todos. Aécio Neves não foi julgado, mas vai ser julgado e vamos respeitar a decisão da justiça”, declarou o ex-governador de São Paulo.
Geraldo Alckmin salientou que em todos os partidos há casos de pessoas que cometem um “erro” e respondem por isso. “Mas diferente do PT, que vai acampar na porta de penitenciária e desacreditar a Justiça e as instituições brasileiras, nós não fazemos isso. Qualquer que seja o problema, investigue-se, apure-se e se faça justiça”, cutucou o pré-candidato.
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