Alemanha flexibiliza isolamento e estuda retomada do futebol

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 06/05/2020 09h47 - Atualizado em 06/05/2020 09h59
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Cadu Rolim/Estadão Conteúdo Se o plano realmente for adiante depois da reunião, o governo federal ainda vai manter a supervisão da situação

Aos poucos e com bastante cautela os países europeus estão voltando a abrir depois de quase dois meses em quarentena. Onde o vírus foi menos agressivo, ou as autoridades lidaram melhor com a situação, as regras de isolamento pelo coronavírus estão sendo flexibilizadas mais rápido.

A chanceler alemã, Angela Merkel discute nesta quarta (6) com os 16 governadores do país medidas para relaxar ainda mais o isolamento social. Na prática, a chefe de governo está transferindo para os estados a decisão de como cada região vai tentar voltar a alguma normalidade.

A Baviera, no sul da Alemanha, por exemplo, pretende reabrir restaurantes e mais pontos de comércio no próximo dia 18 de maio. Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, ao norte, quer retomar o movimento em restaurantes já neste próximo final de semana.

Se o plano realmente for adiante depois da reunião, o governo federal ainda vai manter a supervisão da situação. Merkel propôs uma cláusula nos termos discutidos com os governadores prevendo a retomada da quarentena caso necessário.

Os governadores terão que reimpor restrições mais rígidas se novas infecções ultrapassarem a marca de 50 por 100 mil habitantes em uma semana.

Até o calendário do futebol alemão parece próximo de ser retomado já que os clubes do país já estão treinando há vários dias. A decisão pode ser anunciada ainda hoje e as datas discutidas para a retomada da Bundesliga são 15 ou 21 de maio.

É importante lembrar que a Alemanha proibiu grandes eventos com multidões até 24 de outubro, então os jogos serão com portas fechadas.

Reino Unido

No Reino Unido, o governo só vai anunciar seu plano de relaxamento da quarentena no próximo domingo. Mas o clima do lado de cá do Canal da Mancha é bastante diferente, sobretudo depois dos dados divulgados na terça.

O Reino Unido foi confirmado como o país com o maior número de mortes por covid-19 na Europa, atrás apenas dos Estados Unidos no mundo. Os parlamentares britânicos já falam em lançar uma espécie de CPI para investigar os erros de gestão.

O governo conservador britânico foi um dos últimos entre os países grandes a determinar o isolamento social obrigatório. Antes tentou uma tática controversa de imunidade de rebanho por alguns dias e também demorou para conseguir equipamentos de proteção para profissionais de saúde e testes para a população.

Boris Johnson, que chegou a ser internado em uma UTI com covid-19, está sendo fortemente criticado. E até hoje as regras da quarentena aqui na Grã Bretanha são muito menos impositivas que as de países como França, Espanha e Itália.

Ainda é cedo para saber exatamente o que levou a esta situação aqui no Reino Unido — mas é certo que os britânicos são os que mais estão morrendo entre os europeus nesta pandemia.

Espanha

Na Espanha, as regras da quarentena também foram relaxadas nos últimos dias, mas o governo ainda está em alerta. O primeiro-ministro Pedro Sánchez tenta ampliar o estado de emergência também nesta quarta-feira.

O principal partido da oposição, os conservadores do PP, tentam impedir essa renovação, mas a centro-esquerda com o PSOE costurou um acordo que deve dar a vitória para o governo.

Sanchez disse que acabar com o estado de emergência agora seria um erro absoluto, total e imperdoável.

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