Alemanha reage ao caso de jornalista e interrompe venda de armas para a Arábia Saudita
A morte do jornalista Jamal Khashoggi continua gerando constrangimento generalizado ao redor do mundo. As mudanças de versão do lado saudita e as revelações feitas pela Turquia têm aumentado a pressão nos governos europeus para retaliar duramente o governo de Riade.
Khashoggi, jornalista saudita radicado nos Estados Unidos e colunista do Washington Post, desapareceu depois de entrar no consulado do país dele em Istambul.
Todas as evidências apontam claramente para o fato de que ele foi morto em uma operação do governo. Riade já admite que o jornalista crítico da família real foi assassinado, mas diz que o príncipe Mohammad Bin Salman, até então tido como um reformista que iria aos poucos mudar a imagem do país, não teria conhecimento do crime.
Os europeus, de modo geral, não compraram a versão, embora estejam calculando bem que tipo de reação adotar, uma vez que existem muitos interesses econômicos por trás da polêmica.
Até agora somente a Alemanha decidiu interromper a venda de armas para os sauditas como reação ao grave caso de violação dos direitos humanos.
Angela Merkel declarou ontem que a venda de armas para o país não pode continuar diante das circunstâncias atuais. É uma decisão significativa já que a Arábia Saudita é o segundo maior comprador de armas alemãs e tem contratos de cerca de meio bilhão de euros.
França e Reino Unido ainda não saíram da retórica, assim como o governo americano.
O presidente da Turquia, Recep Erdogan, prometeu revelar novos detalhes do crime até amanhã, o que deve colocar ainda mais pressão sob o príncipe Salman e sobretudo em seus aliados ocidentais.
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