Alta dos combustíveis deixa motoristas de aplicativo ‘sem saída’

Profissionais analisam se ainda há compensação financeira no exercício da atividade após elevação de 19% no preço da gasolina na última semana

  • Por Jovem Pan
  • 14/03/2022 10h21 - Atualizado em 14/03/2022 12h29
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Marcelo Camargo / Agência Brasil Alta dos combustíveis ocorre em meio ao encarecimento do barril de petróleo no mercado internacional Alta dos combustíveis ocorre em meio ao encarecimento do barril de petróleo no mercado internacional e guerra na Ucrânia

A alta de 19% da gasolina e a falta de aumento salarial para motoristas de aplicativos levantam a dúvida se a profissão continuará compensando financeiramente. O vereador Marlon Cruz (Patriota), que representa a categoria em São Paulo, diz que desde o início da pandemia da Covid-19 as empresas que oferecem esse tipo de serviço começaram a pagar menos. “A gente teve inflação de mais de 10% no ano passado, teve um aumento da gasolina de 50% e, os preços pagos aos motoristas não acompanharam. Claramente é um abuso. Não existe uma negociação dos valores entre o aplicativo e entre os motoristas, simplesmente o aplicativo oferece um valor e se aproveita do desemprego para pagar baixos salários”, afirma.

Raniel de Queiroz é motorista de aplicativo, uma das profissões atingidas em cheio pelo novo reajuste dos combustíveis. “O combustível… Virgem Maria! Quebrou as pernas de qualquer um”, reclama. A depender das sanções que atinjam a oferta de petróleo russo e os desdobramentos da guerra, a tendência é de que os preços dos combustíveis no Brasil subam ainda mais. O governo federal cogita que subsídios do Tesouro Nacional sejam adotados para os combustíveis, caso o conflito na Ucrânia se prolongue.

O economista Hugo Garbi alerta que a solução de subsídios pode funcionar apenas temporariamente. “O dinheiro acaba. É importante que salientar que tudo depende de quanto essa guerra vai durar, se essa guerra dura três meses, seis meses, um ano, pode ser que esse fundo de R$ 2 a R$ 3 bilhões não seja o suficiente”, argumenta. Como alternativa ao problema, o economista sugere que as nações flexibilizem restrições a outros países fornecedores de petróleo, como Irã e Venezuela. Ele também indica que o Brasil poderia investir em médio e longo prazo em instalações industriais para refinar o petróleo produzido no país.

*Com informações do repórter Vinicius Moura

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