Alterações no texto da nova Previdência reduziram economia em R$ 281 bilhões, aponta IFI
As mudanças promovidas na reforma da Previdência reduziram em 28,2% a economia prevista para os próximos dez anos. O cálculo foi feito pela Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado Federal. Segundo a IFI, em valores atuais, as mudanças feitas pelos deputados terão custo de R$ 281 bilhões até 2029.
No começo do ano, o poder Executivo previa um impacto de R$ 1.200 trilhão nas contas públicas e, agora, a economia foi reduzida para R$ 901 bilhões.
Já a Instituição Fiscal Independente, que tem uma base de cálculo diferente, projetava uma economia de R$ 995 bilhões. Após a comissão especial, o órgão, que reúne especialistas em contas públicas, crê em uma economia na casa dos R$ 714 bilhões.
Aplicando o percentual de 28% da IFI sobre a projeção inicial do governo, a economia deve ficar na casa dos R$ 888 bilhões, próximo aos 901 bilhões previstos pelo Executivo.
Na sessão desta quarta-feira (10), o deputado Silvio Costa Filho (PRB-PE), afirmou que o Brasil gasta mais com aposentadorias do que com saúde e educação. “Enquanto os países da OCDE gatam 7% do PIB com a Previdência, o Brasil gasta 14%.”
Já a deputada Luizianne Lins (PT-CE), questionou a necessidade de reformar o sistema de aposentadorias. “É importante também dizer que o famoso deficit fiscal, tão falado aqui por pessoas que nunca leram um livro de economia, que esse déficit previdenciário trata-se de uma grande mentira”, ressaltou.
Comemorações
A aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara também foi comemorada no Senado. No momento do resultado, acontecia uma sessão na Casa e o presidente, Davi Alcolumbre (DEM-AP), interrompeu as discussões para anunciar o resultado.
Em seguida, ele defendeu a proposta, dizendo que ela vai equilibrar as contas e promover ajuste fiscal. “Eu parabenizo a Câmara dos Deputados, parabenizo o parlamento brasileiro, que de maneira altiva, serena e tranquila votam uma matéria que protegerá o Brasil, incentivará os investimentos, diminuirá o déficit fiscal do estado brasileiro
Ministros também comemoraram a aprovação. O titular da Economia, Paulo Guedes, interrompeu uma reunião para anunciar o resultado e agradecer o empenho da equipe econômica. Já o ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, disse estar “muito feliz” pela aprovação do texto-base da reforma. Em nota, ele elogiou os deputados que votaram pela proposta e afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) “conseguiu dar um grande passo em apenas seis meses de governo”.
*Com informações do repórter Afonso Marangoni
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