Alto Comissariado da ONU aponta aumento da violência e critica ruptura democrática na Venezuela
O escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos fez grave denúncia sobre a situação na Venezuela. Relatório preliminar, divulgado nesta terça-feira, revelou que forças de segurança venezuelanas “agrediram e torturaram de forma generalizada e sistemática” pelo menos 5 mil manifestantes e presos, entre abril e julho deste ano.
De acordo com o documento, elaborado a partir de 135 entrevistas feitas à distância com testemunhas da violência, o governo chavista adotou um “padrão” de uso excessivo da força contra membros da oposição. A ONU apontou que as forças de segurança chavistas e grupos pró-governo foram responsáveis pela morte de 73 pessoas, das 124 vítimas da onda violenta.
A porta voz do escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, destacou a atuação ostensiva das forças bolivarianas diante dos protestos da oposição.
Shamdasani destacou ainda que “não foram casos isolados”, e lembrou da destituição da procuradora-geral “Luisa Ortega Díaz” como mais uma demonstração da “ruptura” do Estado venezuelano.
Em meio ao avanço da crise, chanceleres de 12 países, incluindo Argentina, Brasil, Canadá e México, se reuniram nesta terça-feira na cidade de Lima, no Peru, para discutir uma saída pacífica para a crise na Venezuela.
O relatório desse encontro condena a ruptura da ordem democrática no país e não reconhece a Assembleia Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro.
Após a reunião, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes, destacou a importância do documento assinado pelos chanceleres: “os nossos países assumem o compromisso de respeitar e fazer respeitar a democracia”.
Nunes afirmou também que foi dado um passo importante no rumo do isolamento diplomático de um governo que perdeu a razão.
No documento, assinado em Lima, os chanceleres também decidiram apoiar a suspensão da Venezuela do Mercosul, prevista no “Protocolo de Ushuaia”, devido à ruptura da ordem democrática no país.
*Informações do repórter Matheus Meirelles
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