Alunos da rede pública de SP apresentam defasagem no aprendizado de até três anos
Alunos da rede pública paulista terminam etapas do ciclo básico de educação com defasagem de até três anos no aprendizado. O desempenho alcançado por alunos do 9º ano do ensino fundamental em Matemática, por exemplo, equivale ao adequado para estudantes do 6º ano.
Os resultados foram apresentados pelo secretário da Educação de São Paulo, Rossieli Soares, nesta terça-feira (12).
Os novos dados do Sistema de Avaliação e Rendimento Escolar do Estado, o Saresp, mostram que o crescimento na média dos estudantes antes revelados foi tímido. Em dezembro do ano passado, o governo de Márcio França apresentou dados preliminares mostrando um avanço nas notas de Língua Portuguesa e Matemática.
O ex-secretário da Educação João Cury ainda apontou o aumento de 4,3 pontos na média de Língua Portuguesa do ensino médio como o melhor desempenho na história do ciclo do Saresp.
O progresso, no entanto, não significa boa avaliação. Segundo a atual gestão, os 278,8 pontos de proficiência alcançados em Língua Portuguesa pelos alunos na 3ª série do Ensino Médio era o esperado para o 9º ano do Ensino Fundamental.
O resultado mostra que 45% dos alunos que finalizam a educação básica não conseguem realizar tarefas básicas de leitura. Em Matemática, quase metade dos alunos do último ano do ensino médio têm conhecimento abaixo do considerado básico.
As provas do Saresp foram aplicadas nos dias 27 e 28 de novembro para mais de 1 milhão de estudantes, segundo a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.
Além do Saresp, também foram divulgados dados do Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo de 2018. Para o cálculo do indicador são utilizadas as notas do Saresp, somadas as taxas de aprovação, reprovação e abandono. Neste índice, as médias dos estudantes em todas as etapas de ensino básico também permanecem longe das metas estabelecidas pelo governo do Estado.
Para Rossieli Soares, o crescimento ainda lento e o descompasso no ensino paulista traz à tona os desafios da nova gestão. O secretário também lembrou da responsabilidade do governo com a formação e valorização do professor.
O secretário disse apoiar políticas de bônus ao profissional, mas ponderou que ela precisa ser reavaliada e não pode estar apenas baseada nos resultados do IDESP, mas alinhada com outras avaliações da realidade escolar.
*Informações da repórter Victoria Abel
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