Alunos de faculdade fechada sem aviso temem pelo futuro e falam em ‘ano perdido’
Alunos da Faculdade de Engenharia São Paulo (Fesp) temem pelo próprio futuro e não sabem o que vai acontecer após a instituição fechar as portas. A entidade encerrou as atividades sem qualquer aviso na segunda-feira, quando todas as matrículas para este ano já tinham sido feitas. A Fesp oferecia cursos de Engenharia Civil e Elétrica desde 1974. Pelo menos trezentos alunos ficaram sem ter onde estudar.
O estudante Mateus César, de 21 anos, acredita que será prejudicado já que as aulas estão começando em outras faculdades: “É um sentimento de preocupação, chateação, mas muito mais preocupante, no meu caso só faltavam dois anos para terminar.”
Em comunicado, o reitor da faculdade, Guilherme Dias, disse que o encerramento das atividades se deu pela atual crise econômica brasileira. Segundo ele, “a perda de empregos de grande parte dos alunos ligados à área de engenharia afetou de forma incontornável as finanças da faculdade”.
Para o estudante de engenharia civil, Maurício Vieira, de 21 anos, o sentimento é de tristeza. “A gente fica triste também, tínhamos carinho pela faculdade. E até prestígio, pelos profissionais que conhecemos e se formaram aqui. Ficamos tristes em dezembro, quando surgiu o primeiro boato de demissão dos professores e reformulação acadêmica. Porém, ontem recebemos essa notícia”.
Ivane Sousa é mãe de um aluno do curso de engenharia elétrica e teme não conseguir pagar uma outra faculdade com a mesma qualidade. “Eu estou desempregada, como vou arcar com uma mensalidade maior ainda? Pagando a Fesp, eu fazia uns frilas, contava com ajuda de familiares. Preciso manter esse valor. Não tem como, de ‘agora para agora’, a gente fechar, aumentando a mensalidade, sem saber para onde ir, ficamos em um limbo.”
A Fesp disse que está fechando convênios com outras instituições para facilitar a transferência dos alunos. A faculdade também afirmou que, até a próxima semana, vai devolver o dinheiro de todos os estudantes prejudicados.
* Com informações da repórter Letícia Santini.
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