Álvaro Dias diz que alertou governo sobre greve, mas Temer estava preocupado em salvar mandato
A Jovem Pan segue com sua série de entrevistas com os pré-candidatos à presidência da República. Nesta sexta-feira (8), Álvaro Dias (Podemos) foi sabatinado pela bancada do Jornal da Manhã.
O senador pelo estado do Paraná revelou que a greve dos caminhoneiros, que praticamente paralisou o país, já havia sido alertada há três anos, porém o governo pouco fez. “Alertamos o governo sobre a hipótese de uma paralisação total. Passei a conhecer o dia a dia e a tragédia que é andar pelas estradas do Brasil. O governo sabia de tudo, mas Temer estava mais preocupado em se reunir com advogados para salvar seu mandato do que discutir a questão”, frisou o pré-candidato.
Uma das figuras mais influentes durante a manifestação, Dias reafirmou que o acordo firmado pela redução de R$ 0,46 no preço do diesel reflete a incapacidade do presidente da República. “A virtude maior do governante é se antecipar aos fatos. Desde 2015, os caminhoneiros estavam irrequietos, desconfortáveis, indignados, não conseguiam mais sobreviver. Saiam para fazer uma longa viagem e não tinha mais dinheiro para manter a sua família”, destacou.
O senador do Podemos criticou também a autonomia concedida pelo governo Federal à Petrobras e rechaçou as acusações de populismo ao defender uma medida que parece soar como “irresponsabilidade fiscal”. “Não é populismo defender uma política de preços correta. A Petrobras é uma empresa estatal. É evidente que quem governa o País precisa se preocupar com a empresa. O presidente da República deve ter uma visão global. Ele decretou que cabe à Petrobras aumentar o preço do combustível quando quiser e aumenta todo dia para tapar o buraco aberto pela corrupção”, afirmou o parlamentar.
“Não foram os brasileiros que assaltam a Petrobras. Por que temos que pagar o preço da corrupção?”, indagou Dias.
De acordo com o pré-candidato do Podemos, é possível praticar um preço compatível com o custo da exploração do petróleo e ter lucro. “Não tiraria um centavo dos cofres públicos. A Petrobras tem que exercitar na sua plenitude a sua responsabilidade social. É possível ter lucro sem sacrificar a sociedade”, disse.
Álvaro Dias citou como exemplo a alta de 23% do preço internacional do barril de petróleo. “Quando o dólar flutua para cima, aumenta o preço dos combustíveis no Brasil. Mas quando ele recua o preço dos combustíveis não recua. Essa é a nossa política. O governo leva nosso combustível para refino nos Estados Unidos, mas os petroleiros dizem que podemos realizar 100% do refino aqui”, criticou o pré-candidato.
“Por orientação do governo a Petrobras trabalha na baixa. A prática dessa política de preços pode interessar à Petrobras, que obtém lucro maior, também pode interessar aos acionistas, mas não interessa aos brasileiros”, concluiu.
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