Alvo de protestos na França, reforma da Previdência de Macron será detalhada na quarta

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 10/12/2019 08h31 - Atualizado em 10/12/2019 09h28
EFE/ Tatyana Zenkovich Emmanuel Macron Macron quer unificar todos os regimes especiais de aposentadoria que existem no país

Os franceses enfrentam nesta terça-feira (9) o sexto dia consecutivo de manifestações contra a reforma da Previdência proposta pelo Governo. Cenas como as registradas na segunda-feira, de caos no transporte público e grandes engarrafamentos, devem se repetir nesta terça.

Dez linhas do metrô de Paris estão fechadas e apenas um em cada cinco trens de alta velocidade circula pelo país. Escolas também foram paralisadas por conta da mobilização convocada por diversas centrais sindicais francesas.

O presidente Emmanuel Macron está sob forte pressão para interromper a reforma da Previdência promovida pelo Governo dele. Uma de suas promessas de campanha, a reforma será detalhada na quarta-feira – o que tem acirrado os ânimos na França.

Macron quer unificar todos os regimes especiais de aposentadoria que existem no país. Na prática, todos os trabalhadores franceses, sejam do setor privado ou público, vão passar a ter a mesma regra de aposentadoria.

A idade mínima para solicitar o benefício, que atualmente é de 62 anos, não será alterada. Mas assim como aconteceu no Brasil, quem quiser receber o máximo possível de auxílio vai ter que trabalhar mais.

As manifestações contra o plano do presidente vem reunindo centenas de milhares de pessoas, mas o movimento também tem trazido impacto negativo para o comércio de Paris e outras grandes cidades justamente no período que deveria ser o mais movimentado do ano.

Isso tem um reflexo significativo na economia pelo segundo ano consecutivo – em 2018 a questão eram os coletes amarelos.

Para a maioria dos franceses, no entanto, é um preço que vale a pena ser pago para proteger o sistema de aposentadoria do país – que é um dos mais benevolentes de toda a Europa.

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