Animais silvestres são vendidos à luz do dia em ruas de São Paulo

Comércio irregular de aves e tartarugas foi registrado no Brás e em São Miguel Paulista, na Zona Leste da capital

  • Por Jovem Pan
  • 29/09/2022 12h33
Jovem Pan News Calopsita Pássaros de diversas espécies são comercializados ilegalmente nas ruas da capital

Na região do Brás, Zona Leste de São Paulo, um homem vende aves silvestres ilegalmente, à luz do dia, no meio da rua. Os pássaros chegam do interior da Bahia em ônibus clandestinos em viagens que duram em média 3 dias. Grande parte dos animais não resiste, e aqueles que chegam vivos estão estressados e bravos. O vendedor diz que, quanto mais manso, mais caro sai o animal. A denúncia foi feita por um telespectador da Jovem Pan News. Outro local de tráfico de animais silvestres é em uma feira na Rua São Gonçalo das Pedras, em São Miguel Paulista, na Zona Leste. O homem coloca a ave dentro de uma embalagem de água de cocô e entrega para o comprador. O mesmo vendedor tinha um filhote de papagaio no valor de R$ 800. Um pouco mais adiante, um comerciante está vendendo um casal de aves da espécie ‘bico-de-lata’ por R$ 30 e um outro pássaro chamado ‘bigodinho’ por R$ 80. Na mesma feira, um comerciante ilegal vende a espécie calopsita a R$ 160 e é possível perceber que todas estão bem agitadas e estressadas na gaiola. Um outro vendedor carrega nas mãos uma tartaruga no valor de R$ 80 e, para atrair clientes, faz brincadeiras envolvendo o animal. A feira tem mais de um quilômetro de extensão, sendo possível encontrar de drones a animais silvestres.

O ambientalista e fundador da ONG SOS Fauna diz que não chega a 5% a quantidade de animais recuperados no Brasil. “Não dá para dimensionar e nem estimar precisamente quantos animais passam e quantos são apreendidos. Mas eu te garanto que, hoje, o que nós apreendemos em nível Brasil, certamente não chega a 5% do volume total, o que é um indicador de que estamos perdendo essa luta para o crime”, diz Marcelo. O ambientalista diz ainda que, para que os criminosos sejam presos, é preciso de uma ampla colaboração dos delegados, do Ministério Público e do Judiciário.

Confira a reportagem na íntegra:

*Com informações do repórter Victor Moraes

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