‘Pela primeira vez temos competição e transparência no setor de combustíveis’, diz diretor da ANP
Na última quinta-feira (18), a Agência Nacional do Petróleo (ANP) aprovou a revogação que acaba com o intermediário na venda de gás de cozinha. Na venda direta, o consumidor deve sair no lucro ao comprar o botijão.
O diretor executivo da ANP, Décio Oddone, falou ao Jornal da Manhã desta segunda-feira (22) sobre a mudanças nas regras de venda do GLP e como isso deve interferir na vida de quem compra o gás de cozinha a curto e longo prazo.
Até o ano de 1997 a Petrobras tinha exclusividade de exploração do setor no Brasil, o chamado monopólio legal. Posteriormente, a criação da ANP e do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), permitiu a empresa atuar em livre competição com outras empresas.
Porém, de acordo com Oddone, no setor do gás natural, pouco foi feito para que essa competição viesse. “A partir dos últimos anos a Petrobras passou a atuar como empresa privada, definindo preços e escolhendo onde investir, abrindo espaço para ação regulatória.”
“Passamos a trabalhar no sentido de ter mais competição e transparência. Recentemente o CNPE emitiu três resoluções que criaram um marco de Politica Energética para que a competição venha”, completa.
Preço justo
De acordo com Décio Oddone, o preço justo e competitivo depende de que todos os componentes que façam parte do preço estejam adequadamente estabelecidos. Para ele, essa medida trará reflexos imediatos, mas os impactos maiores chegarão com o tempo.
“A competição com a Petrobras e aumento da produção de gás no Brasil vai se encarregar de mais produção, mais oferta de GLP, o que vai gerar uma tendência de redução de preços. As medias que estamos adotando são justamente para que essa competição venha não só na oferta, mas também na distribuição e na revenda.”
Ainda para o diretor executivo da ANP, quando olhamos a trajetória dos preços, desde 2002, eles estiveram desalinhados ao preço internacional. A variação era horas muito abaixo, horas muito acima da média internacional. “Isso é muito ruim para a economia porque dificulta a inserção da indústria brasileira nas cadeias produtivas globais. O que nós precisamos são preços justos e conhecidos pela sociedade de forma transparente”, finaliza.
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