ANTT deve anunciar nesta quinta (07) nova tabela para cobrança de fretes no País
Em meio à chiadeira do setor agrícola, a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) deve anunciar nesta quinta-feira (07) a nova tabela de fretes no país. A Confederação Nacional da Agricultura, já avisou que é contra o tabelamento e o presidente da CNA, João Martins, prometeu recorrer à Justiça se ela não for alterada.
“Tem de rever essa tabela ou então a CNA vai tomar todas as atitudes possíveis. Como estamos dizendo que somos uma agricultura das mais modernas do mundo e vamos voltar ao tabelamento? Isso é retrocesso”, disse.
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, reforçou o discurso de que os parâmetros utilizados pela ANTT estão supervalorizados e que por isso serão necessários ajustes para que a tabela seja realmente de preços mínimos. “A forma como saiu a primeira tabela acabou virando preço máximo até fora dos padrões que outros setores possam pagar para transportar”, afirmou.
O ministro dos transportes, Walter Casimiro, negou constrangimento, por conta dos problemas na tabela e ressalta que o entendimento geral é de que os ajustes são necessários: “o preço vai ser modificado e quando você está colocando custo fixo baseado em poucos extras, você vai diluir esse custo fixo em quantidade de extra menor, então vai onerar mais o frete”.
Após a publicação dos preços mínimos a questão ainda será tema de audiência pública para que a sociedade, também possa opinar.
Depois de reunião no Palácio do Planalto, de acompanhamento do acordo com os caminhoneiros, o presidente da Confederação Nacional dos Transportadores autônomos, Diumar Bueno, saiu com a garantia de que o acordo está mantido e que as mudanças na tabela não prejudicam a categoria. “O preço que foi estabelecido a ANTT tem o conhecimento técnico e real do mercado e, dentro do que foi estabelecido, vai ser mantido”.
Ele descartou também a possibilidade de uma nova paralisação da categoria.
O presidente Michel Temer, mais cedo, reclamou da tentativa de utilização política da greve dos caminhoneiros. “Conseguimos, depois de 10 dias de greve preocupante, com diálogo e usando a autoridade conectada, encontrar solução que não causasse um incidente qualquer”, disse.
Apesar de dizer que não houve incidentes, vale lembrar que um caminhoneiro foi morto quando tentava voltar ao trabalho, houve falta de gasolina e escassez de alguns produtos em boa parte do país. Aulas foram suspensas e o transporte coletivo prejudicado.
*Informações da repórter Luciana Verdolin
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