Anvisa adia de novo definição sobre uso da maconha medicinal
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária adiou mais uma vez a votação das propostas que podem regulamentar o uso medicinal da maconha. O diretor-presidente da Anvisa, William Dib, tentou colocar o tema em pauta na reunião desta terça-feira (26).
Ele alegou que os dois conselheiros que tinham pedido vista sobre o tema já haviam concluído a análise e, então, sugeriu inverter a pauta da sessão para que os votos fossem lidos.
Mas o diretor Antonio Barra, um dos que tinham pedido mais tempo, argumentou que, apesar da importância do tema para os pacientes que dependem desses remédios, antecipar a votação poderia dar margem a críticas.
Pouco antes da reunião, o ministro da Cidadania, Osmar Terra, que é contrário à regulamentação, havia dito no Twitter que o diretor-presidente da Anvisa, Willian Dib, no desespero de aprovar a liberação do plantio de maconha no Brasil, tentaria colocar o tema em discussão, mesmo não estando previsto na pauta.
Segundo o ministro, Dib estaria tentando apressar a votação, em sintonia com o lobby de grandes empresas brasileiras e canadenses que cobram a liberação.
Estão em debate na Anvisa duas propostas – que já foram aprovadas de forma preliminar e colocadas em consulta pública.
Uma autoriza o plantio da Cannabis sativa no Brasil de forma controlada, com fins medicinais e científicos, e a outra permite a produção de remédios com base em derivados da substância.
O cultivo por pessoas físicas e para uso recreativo continuariam proibidos.
Com o adiamento, agora a votação ficou marcada para a próxima terça-feira (2).
*Com informações do repórter Vitor Brown
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