Anvisa vai monitorar aeroportos, mas descarta restrições contra vírus chinês

  • Por Jovem Pan
  • 28/01/2020 06h21
EFE/EPA/WILL OLIVER O diretor da Anvisa Antônio Barra Torres diz que ainda não há necessidade, no Brasil, de medidas restritivas -- seja de circulação de pessoas ou de comércio

O Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) trata o risco de possíveis casos de coronavírus no Brasil com cautela. De acordo com o diretor do órgão, Antônio Barra Torres, por enquanto não serão feitas inspeções obrigatórias em aviões e navios que vierem de regiões infectadas pela doença.

Isso só vai acontecer se durante a viagem for notificada uma suspeita, como um passageiro ou tripulante apresentando sintomas respiratórios: tosse, coriza, febre e mal estar. Nesse caso, o comandante deve informar a Anvisa, como afirma Antônio Barra Torres. “Nos casos em que essa comunicação for feita, a equipe terá acesso ao veículo e efetuará a triagem inicial.”

Se o caso se encaixar nas definições de suspeito, a pessoa é encaminhada para atendimento e começa um período de isolamento e exames. Nos aeroportos, também devem ser emitidos avisos sonoros em português, inglês e mandarim informando os sintomas da doença e formas de prevenção.

De acordo com a Anvisa, foi criado um grupo interno para acompanhar a situação do vírus. A Agência, assim, como o Ministério da Saúde, afirma que eventuais mudanças de procedimento ou de nível de alerta podem acontecer conforme a Organização Mundial de Saúde atualize o status da doença.

O diretor da Anvisa Antônio Barra Torres diz que ainda não há necessidade, no Brasil, de medidas restritivas — seja de circulação de pessoas ou de comércio.

O aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, é o que mais recebe passageiros da China. Entre novembro e dezembro do ano passado, dos cerca de 14 mil chineses que desembarcaram no país, mais de 12 mil chegaram por lá.

O cuidado também é feito por passageiros que vêm de outros países com casos de coronavírus. O estudante William Löfgren, de 16 anos, passou dois meses em Vancouver, no Canadá, e teve que comprar máscara de proteção, além de álcool em gel.

Ele relata a preocupação no país. “Eu comprei a máscara, mas pessoas estavam super preocupadas. Os orientais usam frequentemente, e agora os ocidentais também estão usando.”

Nesta segunda-feira, o Ministério da Saúde descartou uma suspeita de coronavírus em Niterói, Rio de Janeiro.

Já a Secretaria de Saúde de Minas Gerais informou que uma mulher de 22 anos, que esteve em viagem para a China, foi atendida em Belo Horizonte com sintomas respiratórios e febre baixa. A paciente vai ser acompanhada pelos próximos dias.

Nesta terça-feira (28), o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta deve dar novas informações à imprensa.

*Com informações do repórter Levy Guimarães

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