Apesar de bravatas políticas, Nafta segue mais vivo do que nunca

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 01/10/2018 09h10
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EFE Donald Trump, presidente dos EUA, cumprimenta Justin Trudeau, presidente do Canadá

No final das contas o NAFTA, acordo comercial entre Estados Unidos, México e Canadá não morreu e até ganhou outro nome.

Não muito inventivo, é verdade; agora ele se chama Acordo entre Estados Unidos, México e Canadá.

Mas o anúncio no domingo (30) à noite sobre um entendimento entre os países da América do Norte causou alvoroço nos mercados ao redor do mundo, sobretudo no Reino Unido.

Em tese, Donald Trump cumpre mais uma promessa de campanha ao renegociar o acordo firmado em 1994.

Na prática, no entanto, o Nafta só ganhou um nome novo e continua existindo inclusive com dispositivos que eram alvo de ataques nos Estados Unidos, como o mecanismo de resolução de controvérsias.

O Canadá bateu o pé e manteve o item no acordo comercial que é uma espécie de foro especial para debater possíveis desentendimentos em tarifas comerciais aplicadas pelos integrantes do bloco.

O país de Justin Trudeau, no entanto, teve que fazer uma concessão importante aos americanos liberando 3,5% do seu mercado de laticínios para os produtores do vizinho.

Só que os canadenses também receberam em troca uma cota generosa de exportação de veículos para os Estados Unidos.

Então no final das contas, apesar de toda a pirotecnia e bravatas políticas, o Nafta segue mais vivo do que nunca.

E a lição para os britânicos, que até cogitam se unir ao Nafta depois do Brexit, é que o mundo segue negociando em bloco.

A retórica eleitoral de encontrar inimigos e apontar culpados estrangeiros para o desempenho fraco da economia, trocando em miúdos, não passa muito disso mesmo: retórica eleitoral.

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